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      Europa alerta EUA para risco de armar a Ucrânia

      Autoridades de defesa europeias acreditam que enviar armamento para Kiev combater os separatistas pró-Rússia apenas agravaria o conflito; "Não seria isso uma desculpa para a Rússia intervir abertamente no conflito?", questionou ministra alemã; já o mais graduado comandante da Otan, o general norte-americano Philip Breedlove, disse que o Ocidente deveria considerar a utilização de "todas as ferramentas" disponíveis caso a diplomacia não funcione com Moscou

      Autoridades de defesa europeias acreditam que enviar armamento para Kiev combater os separatistas pró-Rússia apenas agravaria o conflito; "Não seria isso uma desculpa para a Rússia intervir abertamente no conflito?", questionou ministra alemã; já o mais graduado comandante da Otan, o general norte-americano Philip Breedlove, disse que o Ocidente deveria considerar a utilização de "todas as ferramentas" disponíveis caso a diplomacia não funcione com Moscou (Foto: Realle Palazzo-Martini)
      Realle Palazzo-Martini avatar
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      Por Stephen Brown e Noah Barkin

      MUNIQUE (Reuters)

      Autoridades de defesa europeias alertaram nesta sexta-feira (6) que armar a Ucrânia em sua luta contra separatistas pró-Rússia apenas agravaria o conflito, enquanto o mais graduado comandante da Otan, um general norte-americano, disse que o Ocidente deveria considerar a utilização de "todas as ferramentas" disponíveis caso a diplomacia não funcione com Moscou.

      O debate durante a Conferência de Segurança de Munique colocou em destaque a crescente divergência entre Europa e Estados Unidos sobre como fazer frente ao presidente russo, Vladimir Putin, à medida que rebeldes apoiados por Moscou ganham território no leste da Ucrânia.

      O presidente dos EUA, Barack Obama, está sendo pressionado por alguns parlamentares norte-americanos a fornecer armas letais a Kiev.

      A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, manifestou os receios da Europa em relação à estratégia: "Temos certeza de que estaríamos melhorando a situação para o povo na Ucrânia ao entregarmos essas armas? Temos mesmo certeza de que a Ucrânia pode vencer contra a máquina militar russa?"

      "E não seria isso uma desculpa para a Rússia intervir abertamente no conflito?", questionou a ministra alemã.

      A Grã-Bretanha também teme que o envio de armas possa "escalar o conflito", disse o ministro da Defesa britânico, Michael Fallon, na conferência.

      Enquanto faziam tais declarações, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, conduziam negociações com Putin em Moscou para tentar encontrar um desfecho para o conflito na Ucrânia, no qual mais de 5 mil pessoas já morreram e cuja continuidade tem prejudicado cada vez mais as relações da Rússia com o Ocidente.

      A iniciativa dos mandatários europeus foi parcialmente provocada pelo debate sobre a necessidade de armar Kiev.

      O principal comandante militar da Otan, general Philip Breedlove, deu a indicação mais contundente até o momento de que ele está – como noticiou o jornal The New York Times nesta semana – entre as autoridades norte-americanas que defendem o fornecimento de armas e equipamentos aos militares ucranianos.

      O Ocidente vem tentando utilizar medidas econômicas e diplomáticas para pressionar Putin, disse ele. "Mas se o que está sendo feito não está produzindo aquilo que se deseja ganhar a partir da conversação, então talvez todas as ferramentas à disposição devam ser usadas e os meios convencionais não devam ser externamente desconsiderados", acrescentou Breedlove.

      A ministra Ursula von der Leyen questionou o sentido estratégico de se fornecer armamentos a Kiev enquanto os separatistas recebem um enorme suporte dos russos.

      "O apoio com armas da Rússia aos separatistas é potencialmente ilimitado", disse ela. "E esperamos mesmo ser capazes de fornecer tantos armamentos ao Exército ucraniano para que consigam conquistar o outro lado?"

      (Reportagem adicional de Adrian Croft)

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