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Explosão de casos da covid-19 na Índia atrasará importação de vacinas para o Brasil

Governo indiano deve reter produção para avançar no plano de imunização do país. Entrega de doses da vacina Oxford/Astrazeneca à Fiocruz foi postergada

(Foto: Danish Siddiqui/Reuters)
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Rede Brasil Atual - O recrudescimento da pandemia na Índia fez com que o governo mudasse os planos e o país deve atrasar a entrega das doses da vacina Oxford/Astrazeneca negociadas com o Brasil. Considerada uma das maiores produtoras mundiais de imunizantes, a Índia seguirá a tendência de preservar a fabricação de vacinas para abastecer seu mercado interno.

O país asiático vem batendo recorde no números de casos de covid-19. De acordo com o Ministério de Saúde local, nesta quarta-feira (28), mais 360 mil casos da doença foram confirmados e 3.293 óbitos foram registrados. Ao todo, a Índia contabiliza 17,9 milhões de infectados e, nas últimas 24 horas, ultrapassou o total de 200 mil vidas perdidas. Estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, aponta que o número de mortos pode ser superior ao notificado oficialmente, variando entre 400 mil e quase 1 milhão no pior cenário.

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Autoridades sanitárias veem relação da atual onda de covid-19 com a variante B.1.617, identificada no país e que vem sendo considerada mais transmissível, e também com o relaxamento das medidas de distanciamento social e o atraso no plano de vacinação em massa. Para acelerar o processo de imunização, o país deve reter as doses, o que atingirá a exportação de imunizantes, como aponta o jornal O Estado de S. Paulo.

Atraso no calendário brasileiro

A entrega de oito milhões de doses prontas da vacina de Oxford/Atrazeneca à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) previstas para abril e julho, por exemplo, não será cumprida. No cronograma vacinal divulgado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no sábado (24), consta que a distribuição foi adiada para o terceiro trimestre de 2021. O lote vinha sendo negociado com a China, mas, com a demora no fornecimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), a Fiocruz optou, em janeiro, por adquirir dois milhões de doses prontas da vacina com o Laboratório Serum, na Índia. 

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Segundo o jornal, no mês seguinte, foram compradas mais 10 milhões de doses. Desse total, oito milhões ainda não foram entregues. O embaixador do Brasil na Índia, André Aranha Correia do Lago, confirmou que “nas circunstâncias atuais”, o país “não vai exportar vacinas”. “Com a explosão de casos, acho natural que reserve as doses para sua própria vacinação”, declarou o diplomata à imprensa nesta terça (27).

Impactos na África

O agravamento da pandemia no país também deve prejudicar o fornecimento de doses da vacina Oxford/Astrazeneca para os países africanos. A Covax Facility, aliança global que amplia o acesso à produção de imunizantes contra a covid-19, também tem a Astrazeneca como o principal fornecedor. E grande parte das doses do laboratório são fabricadas pelo Serum, na Índia. 

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Segundo informações do Valor Econômico, uma alta fonte em Genebra antecipou que as remessas indianas aos países da África para abril e maio não vão sair. O que, contudo, não deve parar a vacinação no continente, mas atrasará a campanha. A expectativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que os países mais ricos, alguns com excesso de doses de vacinas, possam ajudar a manter o ritmo de imunização pelos países onde há falta delas dentro do intervalo possível de até 12 semanas entre a primeira e a segunda dose da vacina. 

Impondo restrições

Com medo da falta de controle da doença e do surgimento de variantes no segundo maior país do planeta, com 1,3 bilhão de habitantes, que podem atrapalhar os planos de retomada econômica, os Estados Unidos prometeram enviar à Índia matérias-primas e ajuda financeira para apoiar a produção local de vacinas da Astrazeneca. A comunidade internacional também está mobilizada para o envio de oxigênio, equipamentos, máscaras e medicamentos à Índia. 

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Emirados Árabes, Espanha, Filipinas e Camboja impuseram nesta terça restrições a viajantes da Índia. Os premiês do Reino Unido, Boris Johnson, e do Japão, Yoshihide Suga, chegaram a cancelar visitas oficiais que fariam ao país. A OMS, que definiu a situação do país como um “lembrete devastador do que o vírus é capaz de fazer”, descreve a crise como “desoladora”. O Brasil até o momento não anunciou nenhuma medida restritiva. 

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