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Fake news e escândalos: a mídia católica de direita ataca Francisco

Tradicionalistas, especialmente do clero dos EUA, utilizam os mesmos métodos da direita alt-right para atacar as reformas do papa jesuíta e latino-americano. Reportagem da Agência Pública

Papa Francisco celebra missa na véspera de Natal na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: Reuters/Guglielmo Mangiapane)
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Por Lucas Ferraz, na Agência Pública - Após o mais recente escândalo financeiro no Vaticano, referente aos investimentos milionários realizados pela Santa Sé em imóveis em Londres que estão sendo investigados por suspeita de corrupção, o papa Francisco nomeou, em novembro, um novo responsável para a secretaria da Economia, um dos cargos mais importantes na cúpula da Igreja. 

O escolhido foi o padre jesuíta (mesma ordem religiosa do pontífice) Antonio Guerrero Alves, um espanhol que substitui o cardeal George Pell, que, nomeado por Francisco, já estava afastado do cargo por enfrentar na Justiça da Austrália um processo por abuso sexual de menores.  

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Conhecido entre os pares como um padre simples e obediente, Guerrero (o primeiro a assumir o cargo sem ter um título de arcebispo) será um homem de confiança do papa, conforme se leu na maior parte da imprensa católica. O objetivo é tentar sanar uma das áreas mais sensíveis, origem de inúmeros escândalos envolvendo o dinheiro da Igreja.  

Para uma parte minoritária da mídia especializada, a indicação feita por Jorge Mario Bergoglio diz muito mais. O site norte-americano LifeSiteNews, um dos estandartes da ala conservadora católica, escreveu no início de dezembro que a escolha de Guerrero era mais um movimento dos jesuítas num possível golpe em andamento dentro do Vaticano – que seria promovido pelos aliados de Bergoglio.  

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Em tom conspiratório e citando o que chamou de passado tirano da ordem religiosa, o site não apresentou prova ou documento, fiando-se unicamente nos jesuítas que ascenderam a cargos no pontificado do argentino (nunca os membros da ordem ocuparam tantos cargos de comando na estrutura da Santa Sé). O texto, assinado pela sua correspondente em Roma, é exemplar da postura agressiva da mídia opositora, afinada com a ala tradicionalista, que vem aumentando o tom nos últimos anos (recorrendo a técnicas da direita populista) e passou claramente a incomodar Francisco e seu círculo direto.  

Essa oposição existe desde a escolha de Bergoglio como papa, em março de 2013, e é majoritariamente ligada ao clero norte-americano, mas há adeptos na Itália, em países do Leste Europeu e na América Latina.  

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“Antes não tínhamos essa situação de liberdade, ela existe também porque o papa Francisco a criou. Temos que nos acostumar com essa ideia, pois abriu um capítulo novo na história da Igreja”, afirmou à Agência Pública Massimo Faggioli, professor de teologia histórica da Universidade Villanova, nos Estados Unidos.  

Frequente colaborador de revistas católicas liberais, Faggioli lembra que a mídia especializada conservadora começou uma campanha contra o Santo Padre três ou quatro meses depois de sua posse. Os motivos, ressalta, eram pueris: o fato de o papa ser jesuíta e latino-americano, dois ineditismos em mais de 2 mil anos de história da instituição. O professor diz que a crítica aberta de cardeais e bispos começou após o movimento da mídia.

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Leia a íntegra da reportagem na Agência Pública.

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