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FMI: mulher feminista no lugar do machão?

Emergentes querem ter mais peso na sucesso de Strauss-Kahn; ndia pede eleies diretas, com um voto por pas-membro; francesaChristine Lagarde tem a vantagem de ser mulher

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Roberta Namour, correspondente Brasil 247 em Paris_ DSK - Dominique Strauss-Kahn - já faz parte do passado do FMI. Um dia antes de ser acusado formalmente pela agressão sexual a uma camareira em Nova York e pagar uma fiança de U$ 1 milhão para aguardar o processo em liberdade, o diretor geral da instituição pediu demissão do cargo. O que interessa agora ao conselho de administração, formado por 23 membros, é escolher e rápido um novo dirigente. O problema é que um time de países emergentes saiu logo reclamando o direito de disputar essa candidatura. Até então, os diretores do FMI eram todos europeus e escolhidos com pouquíssima transparência. Basicamente, os ministros de Economia da Europa se reuniam em uma sala, discutiam por algumas horas e saiam dali com o nome do sucessor. Mas os tempos mudaram, como disse o ministro brasileiro Guido Mantega. As potências em desenvolvimento não vão aceitar caladas a imposição de um novo chefão europeu.

Nesses últimos dias, ficou claro que as duas partes interessadas, Europa e países emergentes, precisam escolher um único representante para disputar com mais força o posto deixado por DSK. Os europeus, liderados pela chanceler alemã, Angela Merkel, já se apressaram nesse sentido e não escondem a preferência por Christine Lagarde, ministra da economia francesa. O grande risco que correm é que a candidata em questão é alvo de uma polêmica sobre abuso de poder que pode ser levado a julgamento na França. O objetivo é anunciar o nome escolhido antes da reunião do G8, em Deauville, na próxima quinta-feira. Para Merkel, os países emergentes que querem disputar um papel maior nas instituições internacionais deveriam pensar em algo a médio prazo, no fim do mandato, em 2012, por exemplo. Sua linha de pensamento é compartilhada tanto em Bruxelas, quanto em Londres.

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Os europeus alegam duas razões para justificar essa postura. Em primeiro lugar, eles são os maiores acionistas do FMI. Em segundo, a instituição financeira é, nesse momento, mais ativa na Europa. Três países – Grécia, Irlanda e Portugal-, seguem planos econômicos de recuperação prescritos pelos especialistas. E outros, como Espanha, França e Itália, podem integrar esse time. Em contrapartida, os emergentes falam da necessidade de mudanças para acompanhar a evolução econômica mundial. Segundo o ministro tailandês Korn Chatikavanij, se a organização quiser continuar realmente global, deve fazer uma seleção a partir de possibilidades mais amplas. « A emergência do G-20 e o aumento da importância do grupo nas relações globais mostram que talvez seja o momento de essa tradição ser revisada », disse.

A parte mais complicada é os emergentes se unirem em uma só voz. O ex-presidente do Banco Central do Brasil, Armínio Fraga, foi apontado como um dos preferidos pelos investidores americanos. Mas sua candidatura não conta com o apoio do ministro Guido Mantega, que indicou uma preferência pelo ex-ministro da Turquia, Kemal Dervis. O atual diretor do departamento de economia mundial da Brookings Institution, um grupo de pensadores de Washington, evitou a bancarrota de seu país com a ajuda do FMI entre 2000 e 2001. O grande porém é que ele também não tem o apoio do governo turco, o que pode fazer a diferença na decisão final. Outro nome cotado é Agustin Carstens, governador do banco central do México e ex-diretor geral adjunto do FMI. Israel pode também entrar nessa briga, com Stanley Fischer, governador do banco central israelense e ex-diretor geral adjunto do FMI. Um grupo de países emergentes, inclusive, o indicou para assumir o comando da instituição em 2000. Outras escolhas possíveis : Trevor Manuel, ex-ministro de Finanças da África do Sul, que presidiu o comitê de reforma da governança do FMI, ou Montek Singh Ahluwalia, vice-presidente da Comissão Nacional indiana de planejamento e ex-diretor do Escritório independente de avaliação do FMI. Aos 67 anos, Ahluwalia ultrapassou o limite de idade, mas essa regra pode ser modificada por um voto dos membros do fundo.

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Os Estados Unidos, que possuem de mais de 17% dos direitos de decisão, terão um papel central na escolha. Até o momento, suas declarações são um pouco contraditórias. O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, se declarou inicialmente a favor da francesa Christine Lagarde. Por outro lado, eles podem sugerir que John Lipsky, atual diretor interino do FMI, seja mantido no posto. Pela longa lista de possíveis candidatos, a escolha deve demorar.

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