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França fornecerá navios de guerra à Rússia

Repasse de inteligncia militar a uma nao com tentaes imperialistas visto com ressalva por Washington e pelos Pases Blticos

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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Desde a época de Catarina II, uma imperatriz que teve a fama de ser uma das mais inteligentes monarcas da Europa, a França era admirada pelos russos. O gosto pelos franceses não só se refletiu na língua e na literatura, como também se divulgou no mobiliário e na moda - que as aristocratas russas seguiam com a mesma dedicação que as parisienses. Mesmo na guerra com o Napoleão, o principal acontecimento do século XIX, e com a queda do Império, esse culto mudou. Pelo contrário, a paixão pela cultura francesa só cresceu. Dois séculos depois, a Rússia anuncia hoje a assinatura de um contrato de compra de dois navios de guerra franceses Mistral. A venda, que deixa claro a devoção ainda viva dos russos pela sabedoria francesa, não agradou nem um pouco os Estados Unidos e os vizinhos da ex-União Soviética. O acordo foi fechado entre os responsáveis do grupo de construção naval militar francês DCNS e do grupo público russo Rosoboronexport. O valor da negociação chega 1,12 bilhão de euros, indicou o ministro francês do Comércio Exteior, Pierre Lellouche.

Paris e Moscou anunciaram no dia 26 de maio, um pouco antes da abertura do encontro do G8 em Deauville (noroeste da França), a encomenda de quatro navios no total - após meses e meses de delicadas negociações. No início, o presidente Nicolas Sarkozy garantiu apenas o fornecimento de uma carcaça vazia. Mas o país do primeiro-ministro Vladimir Putin, que condicionou a venda a agregação de tecnologia, ameaçou fazer a compra em outro lugar, na Coréia do Sul, por exemplo. Para garantir o contrato, a França resolveu rechear o equipamento com um sistema de comunicação de combate. Com um comprimento de 200 metros e pesando 21,6 mil toneladas, o navio de Projeção e Comando (BPC) Mistral é capaz de transportar helicópteros, tanques e centenas de homens. Duas unidades devem ser construídas na França, nos estaleiros navais de Saint-Nazaire, e as outras duas na Rússia, em São Petersburgo.

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Segundo o ministro francês da defesa, Alain Juppé, o acordo é o mais importante entre todos os outros realizados pela Rússia e por um país ocidental. No entanto, muitas questões foram levantadas sobre essa aproximação. É a primeira vez que um membro da Aliança Atlântica entrega um material militar sensível como o Mistral a Moscou. Essa venda recebeu muitas críticas de Washington assim como de vizinhos da ex-União Soviética. Para a Geórgia e para os países Bálticos, o fato de fornecer equipamentos de guerra a uma nação com tentações imperialista, que não hesita em entrar em guerra com os que resistem a seus interesses, não é isento de perigo. O Código de conduta da União Europeia estipula que as vendas de armas a outros países não devem influenciar a estabilidade regional. Todos têm em mente as palavras do chefe do Estado Maior da Marinha russa, o almirante Vissotski : “eu teria adorado dispor mais cedo de um Mistral para fazer em 40 minutos o que fizemos em 26 horas”, referindo-se a guerra da Geórgia, em agosto de 2008.

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