França pede a retirada de 30 mil próteses de silicone

Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Em uma decisão um tanto inusitada, o Governo francês determinou a remoção de implantes de silicone da marca PIP de 30 mil mulheres. As próteses são suspeitas de causar câncer. Oito casos já foram registrados.

"O Diretor Geral da Saúde, o presidente do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mas também o chefe do grupo de cirurgiões do Hospital Henri Mondor em Créteil, Laurent Lantieri, recomendam a retirada imediata das próteses", publicou o Libération, que anunciou a decisão ontem de manhã.

Segundo os profissionais, os implantes da fabricante Poly Implants Prothèses correm o risco de estourar, derramando o líquido pelo corpo do paciente, o que provocaria câncer e inflamações. Oito casos de câncer foram registrados, incluindo cinco de mama, um caso de linfoma raro de seio, um de linfoma de amígdala e outro de leucemia, segundo o médico Jean-Yves Grall. De acordo com Grall, desde março de 2010 foram efetuadas 523 operações para retirada das próteses. A empresa é alvo de uma investigação penal por "ferimentos e homicídios involuntários".

O problema agora é identificar as 30 mil mulheres que possuem os implantas e gerenciar o fluxo das operações. "A urgência é que todas as mulheres que têm próteses da marca PIP voltem a consultar seus cirurgiões", declarou ao jornal a porta-voz do governo, Valerie Pecresse. Segundo ela, o Governo vai anunciar até o final da semana um do plano de ação, mas antes é preciso realizar um inventário das mulheres que tiveram implante dessas próteses e estão potencialmente em risco.

Segundo o jornal, todos os exames e as operações serão cobertos pela seguro social. No entanto, a colocação de implantes novos só terão reembolso de 20% do valor.