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Franceses mandam recado a Macron no Dia do Trabalho com protestos em várias cidades

As manifestações do 1º e Maio na França mostram ambiente de protesto social contra Macron

(Foto: L´Humanité)
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RFI - Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas na França, neste domingo (1°), para marcar o tradicional Dia Internacional do Trabalho. A convocação foi feita por muitos sindicatos e associações, que propõem uma política mais social e ecológica, uma semana após o segundo turno das eleições presidenciais. Na capital Paris, houve confrontos com as forças de segurança e ataques a lojas, e um McDonald's foi saqueado e pichado com slogans anticapitalistas.

As manifestações reuniram 1.900 pessoas em Bordeaux, de acordo com a polícia (4.500 segundo os organizadores), 3.600 em Marselha, 3.500 em Toulouse, e entre 1.500 e 2.500 participantes em Estrasburgo, segundo fontes policiais. No total, são previstos 255 desfiles de trabalhadores em todo o país, segundo a CGT, um dos maiores sindicatos da França.

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Em Lyon, entre 4.000 e 6.000 pessoas foram às ruas, uma mobilização mais forte do que no ano passado "apesar das férias escolares", observou o secretário departamental da UD CGT do vale do Rhône, João Pereira-Alfonso, "mas o contexto deste ano é que os funcionários estão se mobilizando contra os ataques do governo", completou.

O secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, havia convocado, no dia anterior, para “a maior mobilização possível", a fim de trazer as demandas "sociais e ambientais" da população para este 1º de maio tão politizado.

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Vitrines quebradas em lojas deram o tom do protesto do 1° de Maio em Paris.

Vitrines quebradas em lojas deram o tom do protesto do 1° de Maio em Paris. © Bertrand Haeckler

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"Venho manifestar todo dia 1º de maio, mas talvez o período após as eleições tenha trazido pessoas que não necessariamente viriam", disse Sylvie Marchese, 49 anos, moradora de Toulouse. Para esta professora sindicalizada da CGT, "os resultados da eleição presidencial estão ligados à abstenção e ao voto em branco, não é uma escolha! O terceiro turno será na rua", disse.

Não é "cheque em branco"

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Em Marselha, sob um sol forte e carregando uma bandeira "pela união popular", Martine Haccoun, médica aposentada de 65 anos, queria "mostrar que Macron não recebeu um cheque em branco por cinco anos”. Ela reforça que votou nele para “bloquear Marine Le Pen". Para a médica, este 1º de Maio é especialmente importante diante da “destruição dos hospitais públicos”.

Após bloquear Marine Le Pen nas urnas e a reeleição de Emmanuel Macron, "o mais difícil ainda está por vir, porque se não lutarmos agora, vamos chorar lágrimas de sangue", lamentou Alain Theux, que esteve presente à manifestação em Bordeaux. "É inadmissível a reforma das aposentadorias aos 65 anos, o mesmo vale para as pensões a € 1.100", observa este ex-entregador, de 77 anos, sindicalizado na CGT há 60 anos.

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Os jovens também marcaram presença nos protestos. Bolsista de 19 anos em seu segundo ano de História, Théo Bernabeo participou da marcha em Estrasburgo, no leste. Era a sua primeira manifestação pelo dia 1º de Maio. "Participo pela dignidade do estudante, para poder viver bem, não ter que trabalhar ao mesmo tempo que estudar", disse.

No contexto de difíceis negociações para chegar a um acordo de toda a esquerda para as eleições legislativas de junho, muitas figuras políticas marcaram presença nos atos pelo Dia do Trabalho. Muitos líderes políticos de esquerda, como Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa) e Olivier Faure (Partido Socialista) fizeram questão de estar presentes na marcha.

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Confrontos em Paris

O ministro do Interior da França, Gerald Darmanin, denunciou o que chamou neste domingo de "violência inaceitável" cometida por "bandidos" vestidos de preto que vieram para "interromper as manifestações do Dia do Trabalho, particularmente em Paris", com dezenas de sinais de trânsito vandalizados ao longo do percurso, bloqueando o progresso da manifestação sindical.

"Bandidos estão perturbando as manifestações do Dia de Maio, particularmente em Paris, ao cometerem uma violência inaceitável. Estou acompanhando isto com atenção", disse o ministro do Interior, assegurando seu "total apoio à polícia e aos agentes mobilizados".

As primeiras tensões ocorreram apenas alguns minutos após a saída da marcha da Praça da República. Um grupo de manifestantes, vestindo roupas pretas, luvas e máscaras, se separou da marcha principal na rua Oberkampf e se chocou com a polícia.

Várias dezenas de agências bancárias, agências imobiliárias, companhias de seguros e uma loja de produtos orgânicos sofreram o mesmo destino ao longo do percurso. Os equipamentos urbanos de rua também foram danificados e muitos caixotes de lixo foram incendiados.

Outros confrontos entre manifestantes e a polícia ocorreram na chegada à Praça da Nação, o destino final da manifestação, com granadas de gás lacrimogêneo sendo lançadas em resposta a projéteis. A marcha sindical foi finalmente bloqueada no final do Boulevard Voltaire por um cordão de policiais da brigada de choque.

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