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Franceses se apresentam às urnas em clima de desilusão

Na falta de grandes perspectivas de mudana nesse contexto de crise, o brilho de Franois Hollande e de Nicolas Sarkozy ofuscado pelos representantes do radicalismo poltico

Franceses se apresentam às urnas em clima de desilusão (Foto: Ronan Lietar/REUTERS)
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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris - Em menos de 24 horas, os franceses se apresentam às urnas no primeiro turno da eleição presidencial. O clima, que deveria ser de esperança pela chegada de numa nova fase nesse contexto de crise, é o de desilusão. Quem vota, defende o candidato menos pior. A euforia das eleições passadas, com Nicolas Sarkozy contra Segolène Royal, ficou para trás. Muitos franceses ainda estão indecisos. Outros decidiram aproveitar as promoções das agências de viagem para partir. "Na falta de um bom presidente em vista, não há muito o que fazer", dizem.

A campanha de 2012 ocorreu sem grande surpresa. A França está em recessão, com um índice de desemprego acima de 10%, sem grandes perspectivas de crescimento pela frente. Natural que o candidato da oposição se destacasse. O socialista François Hollande lidera as quatro últimas pesquisas de intenções de voto. Em uma delas, aparece em igualdade com Nicolas Sarkozy. No segundo turno, sua vantagem é ainda maior, de 7 a 14 pontos à frente de seu rival.

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Mas o que ninguém esperava foi sucesso dos candidatos da extrema esquerda e da extrema direita. O debate entre os dois lados ofuscou os líderes da corrida. Os dois representantes do radicalismo político, Jean-Luc Mélenchon à esqueda, e Marine Le Pen à direita, apimentaram essa campanha tão sem sabor. A questão não é mais saber quem será o vendedor dessa primeira fase, mas sim quem chegará em terceiro: Le Pen ou Mélenchon?

A campanha presidencial de 2012 deixa um gosto amargo, o de uma grande oportunidade democrática desperdiçada. A França possui um enorme potencial, mas negligencia o essencial: a nova geração de jovens, que está lutando para encontrar moradia, para entrar no mercado de trabalho e existir economicamente e politicamente na França. Mais de 22% dos franceses entre18 e 24 anos estão desempregados, mais do que o dobro da média nacional. E se os principais candidatos parecem estar redescobrindo os jovens na aproximação com o segundo turno, eles foram, durante toda a campanha, o foco dos candidatos radicais.

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Uma sondagem do instituto CSA para o jornal “Le Monde” revelou que 42% dos entrevistados entre 18 e 24 anos estão pendendo para os extremos. Para os jovens, a Frente Nacional é o voto da contestação, como explicou Anne Muxel, do Centro de Estudos da Vida Política Francesa (Cevipof), à rádio RMC. É um claro recado de que são contra as políticas brandas com a entrada dos estrangeiros no país e contra o acolhimento de outras culturas. Não ao véu integral, aos alimentos produzidos seguindo os preceitos muçulmanos, ao aumento das horas de trabalho e à prorrogação da aposentadoria. Um exército de franceses autênticos e inflexíveis começa a se formar entre os jovens. Se para 2012 a tomada do poder parece impossível, nas próximas eleições certamente essa voz será mais aclamada.

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