Franco defenderá sua “democracia” diante de Dilma
Está previsto para a próxima semana, em Nova York, um embate entre Brasil e Paraguai. O presidente Federico Franco pedirá, na Assembleia Geral das Nações Unidas, que será aberta pela presidente Dilma Rousseff, que o Brasil e o Mercosul reconheçam o status democrático do seu país; será que o Brasil irá recuar no momento em que seis partidos apontam golpismo no País?
247 – Na próxima segunda-feira, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff abrirá a Assembleia Geral das Nações Unidas. Pontuará seu discurso com menções à crise econômica internacional e as medidas que vêm sendo tomadas pelo Brasil. Depois dela, o presidente do Paraguai, Federico Franco, também falará. E pretende defender o status democrático do seu país e a legitimidade do processo que culminou com o impeachment de Fernando Lugo. O Brasil, como maior país do Mercosul, será o alvo de Franco. No entanto, o Itamaraty não pretende recuar. Especialmente agora que seis partidos da base governista, com aval de Dilma, publicaram uma nota na tarde de ontem denunciando a tentativa de um golpe também no Brasil.
Leia, abaixo, o noticiário da Agência Brasil sobre o discurso que será feito pelo presidente paraguaio:
Presidente do Paraguai vai à ONU pedir fim das suspensões no Mercosul e na Unasul
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Paraguai, Federico Franco, participa na próxima semana da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos, no esforço de mostrar que a democracia é respeitada no seu país e que a destituição de Fernando Lugo do poder, em junho, seguiu os preceitos constitucionais. Também quer apelar para o fim da suspensão do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Franco disse que, ao discursar, afirmará que é “injusta” a decisão de suspender o Paraguai tanto do Mercosul quanto da Unasul devido à destituição de Lugo. Ele pretende ainda reclamar da incorporação da Venezuela ao bloco neste período em que o Paraguai está suspenso. "Vamos falar sobre a situação real, vamos expor à comunidade internacional o que aconteceu no Paraguai”, reiterou ontem o presidente.
Segundo Franco, o impeachment que ocorreu no país está estabelecido na Constituição. Ele acrescentou que vai mostrar o quanto foi injusta, arbitrária e ilegítima a suspensão.
Desde o fim de junho, o Paraguai foi suspenso do Mercosul e da Unasul, pois os líderes políticos da região discordaram da forma como Lugo foi destituído do poder. Para os líderes, houve o rompimento da ordem democrática. O Paraguai nega irregularidades.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, reiteram que as decisões foram tomadas por unanimidade no Mercosul e na Unasul. Eles dizem que aguardam o fim das suspensões em 2013, após as eleições presidenciais no país.
*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay
Abaixo, também, reportagem sobre o fracasso do recurso impetrado por Lugo sobre seu impeachment:
Corte Suprema do Paraguai rejeita ação movida por Lugo sobre impeachment
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Corte Suprema do Paraguai rejeitou ontem (20) a ação movida pelo ex-presidente Fernando Lugo que questionava a inconstitucionalidade sobre o processo que levou ao seu impeachment, em 22 de junho. A ação foi movida por correligionários de Lugo. Foi a segunda decisão contrária ao ex-presidente, na Corte. A primeira ocorreu em 25 de junho.
Lugo alegou nas duas ações que foi inconstitucional o processo que levou à sua destituição do poder. A ação foi julgada pelos magistrados Victor Nuñez, Gladys Bareiro de Módica e Antonio Fretes. Segundo os magistrados, as alegações são improcedentes.
Os advogados Emilio Camacho e José Enrique Garcia, que defendem Lugo, podem recorrer, porém, aos fóruns internacionais se esgotarem os esforços na Justiça do Paraguai. Não há indicações, por enquanto, sobre quais serão os próximos passos dos representantes do ex-presidente.
Em junho, Lugo foi destituído depois de um processo de impeachment, submetido à Câmara e ao Senado, que durou menos de 24 horas. Por maioria, os parlamentares concluíram que ele “faltou com responsabilidade” no cargo de presidente da República.
Para os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai), Lugo não teve, entretanto, o tempo necessário para se defender e sua destituição do poder foi gerada pelo rompimento da ordem democrática. Os três líderes políticos decidiram pela suspensão temporária do Paraguai do Mercosul até abril de 2013 – quando há eleições no país.
*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay
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