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Governo francês demite cúpula da polícia de Paris e revê estratégia ante coletes amarelos

Diante do fracasso em garantir a segurança de lojistas, hotéis e restaurantes da avenida Champs-Elysées, em Paris, na manifestação de sábado (16) dos "coletes amarelos", o governo francês nomeou um novo responsável pela segurança pública na capital, Didier Lallement, em substituição a Michel Delpuech

Governo francês demite cúpula da polícia de Paris e revê estratégia ante coletes amarelos (Foto: REUTERS/Philippe Wojazer)
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RFI - Diante do fracasso em garantir a segurança de lojistas, hotéis e restaurantes da avenida Champs-Elysées, em Paris, na manifestação de sábado (16) dos "coletes amarelos", o governo francês nomeou um novo responsável pela segurança pública na capital, Didier Lallement, em substituição a Michel Delpuech. Além disso, Lallement, considerado "duro" e "intratável", recebeu carta branca para rever a organização da polícia na cidade e a doutrina, vigente há 30 anos, no acompanhamento de manifestações.

A exasperação generalizada após as cenas de quebra-quebra, saques e agressões contra policiais ocorridas no sábado, durante o 18° ato dos "coletes amarelos", protagonizadas por ativistas ultraviolentos (black blocs) e militantes radicalizados, fez o governo francês ceder a uma demanda antiga dos sindicatos de polícia.

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Daqui para frente, é provável que as tropas tenham mais liberdade para se movimentar e entrar em confronto direto, no corpo a corpo, com manifestantes violentos, o que até agora foi deliberadamente evitado. A avaliação das autoridades é de que a natureza da violência mudou, o que requer novas táticas de intervenção e um risco maior de feridos, dos dois lados.

A França tem uma longa experiência na segurança de protestos. As manifestações são toleradas e fazem parte da vida democrática do país desde que os trajetos sejam assinalados às autoridades com antecedência. Os policiais franceses são treinados para proteger os manifestantes e fazer com que eles se mantenham no traçado do cortejo comunicado à polícia. No fim de semana passado, vários cortejos dos "coletes amarelos" não foram declarados.

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Os agentes podem utilizar bombas de gás lacrimogêneo em caráter preventivo e atirar em manifestantes com lançadores de bala de borracha dura, os chamados LBD, quando os militantes não atendem às ordens das tropas, assim como em momentos de tumulto com risco de vida ou para o patrimônio público.

Violência policial gerou cobrança da ONU

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Nos últimos meses, o número elevado de feridos pelas balas duras dos LBD nos atos dos "coletes amarelos" provocou forte questionamento no país e até da ONU, que cobrou da França investigações sobre a violência policial. Os agentes portadores dessas armas passaram a ser equipados com câmeras de filmagem, para que a responsabilidade em caso de incidente venha a ser apurada.

Diante dessas críticas, no ato do último sábado, o ex-chefão da polícia de Paris parece ter dado instruções para que os agentes evitassem o uso do LBD. Mas era de conhecimento público que ultrarradicais, os chamados black blocs, seriam numerosos na manifestação. O 18° ato foi organizado como um "ultimato a Macron". Por isso, gerou muita desconfiança notar que a polícia viu os ativistas ultrarradicais destruírem e saquearem dezenas de lojas na avenida Champs-Elysées praticamente sem reagir.

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Cabeças precisavam rolar. A do ex-secretário de Segurança Pública, Michel Delpuech, foi a primeira. O primeiro-ministro Edouard Philippe também anunciou que haverá um aumento na multa aplicada a quem participar de uma manifestação proibida. Quem infringir a lei terá que pagar 135 euros, ao invés dos 38 euros atualmente em vigor. Os protestos de "coletes amarelos" na Champs-Elysées estão proibidos, assim como nos principais pontos de concentração de Bordeaux e Toulouse.

De acordo com um membro da equipe de Macron, o chefe de Estado está "determinado" a estancar os atos de violência. O presidente disse que "não há diálogo possível com esse núcleo duro de extremistas".

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Tinta nos manifestantes

O ministro do Interior, Christophe Castaner, também anunciou que os canhões de água dos blindados utilizados nas manifestações serão equipados com uma tinta colorida não tóxica, destinada a marcar a roupa dos manifestantes e ajudar os agentes a localizá-los no meio da multidão ou posteriormente no metrô, por exemplo.

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Nesta terça-feira (19), 11 suspeitos foram indiciados por arrombamento, degradação e roubo na invasão da boutique Swarovski da Champs-Elysées. Três suspeitos ficarão detidos até o julgamento, enquanto o restante do grupo permanecerá sob controle judiciário.

No total, a polícia francesa deteve no sábado 235 maiores e 21 menores de idade. Oitenta e seis pessoas serão julgadas em comparecimento imediato, nove foram liberadas depois de reconhecerem a culpa nas acusações e 101 casos foram arquivados por insuficiência de indícios comprometedores.

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