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Guardian destaca perseguição de Moro e Bolsonaro contra Greenwald

Moro se negou a dizer se a polícia federal – que está sob o seu controle – estava investigando o jornalista Glenn Greenwald durante tumultuada audiência no congresso nacional nesta última terça-feira, aponta a reportagem de um dos principais diários britânicos

(Foto: Guardian)
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Por Dom Philips, no The Guardian, com tradução de Ricardo Silveira – A OAB, jornalistas e deputados da oposição reagiram indignados ante a informação de que a polícia federal pretende investigar as contas bancárias do jornalista norte-americano que divulgou as conversas entre procuradores e o juiz paladino do combate contra a corrupção que agora é ministro da Justiça de Bolsonaro.

O site direitista O Antagonista divulgou na terça-feira que a polícia federal tinha pedido à divisão de combate à lavagem de dinheiro no Ministério da Fazenda que investigasse as “atividades financeiras” de Glenn Greenwald.

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A polícia preferiu não comentar nada sobre a alegação, mas confirmou ter aberto investigação para esclarecer a atuação de hackers nos telefones celulares que teria levado aos vazamentos.

“Isso me parecer uma tentativa de intimidar o jornalista,” disse Kennedy Alencar, comendador político de destaque na Rádio CBN.

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“Se alguém sofre investigação por estar fazendo jornalismo, isso é uma ilegalidade e uma tentativa de intimidação,” disse Pierpaolo Bottini, professor de direito penal na USP e coordenador do Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB.

Morador do Rio de Janeiro, Geenwald ganhou um prêmio Pulitzer pela reportagem publicada no The Guardian sobre a espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA revelada por Edward Snowden antes de se tornar co-fundador do site The Intercept em 2014.

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No mês passado, a edição brasileira deste jornal lançou o primeiro de uma série de artigos bombásticos que pareciam mostrar o conluio havido entre procuradores da Lava Jato com o juiz Sérgio Moro, que se tornou herói nacional por mandar prender empresários, intermediários e políticos.

Os vazamentos – que o The Intercept disse ter recebido de fonte anônima – tiveram impacto explosivo na política brasileira e vêm sendo manchete em toda a imprensa há semanas. 

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No domingo, os vazamentos divulgados pela Folha de S Paulo lançaram novas dúvidas sobre testemunhos chave no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro. A condenação de Lula retirou a sua candidatura das eleições presidenciais do ano passado.

Depois da vitória, o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro o convidou para ser o seu Ministro da Justiça.

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Moro se negou a dizer se a polícia federal – que está sob o seu controle – estava investigando o jornalista Glenn Greenwald durante tumultuada audiência no congresso nacional nesta última terça-feira.

Ele defendeu a investigação contra corrupção, atacou reportagens “sensacionalistas” e disse que os vazamentos do site The Intercept eram um “balão furado” que não conseguia provar nada de errado.

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“Está sendo feita uma tentativa criminosa de invalidar as condenações,” disse Moro.

Um porta-voz da polícia federal disse que não podia confirmar nem negar que estivessem investigando as contas de Greenwald. “A investigação que temos é para descobrir sobre o ataque de hackers aos dados,” disse ele. Uma porta-voz da divisão de lavagem de dinheiro disse que eles não comentavam nada sobre casos específicos, mas também disse “não ter conhecimento” algum do pedido.

Entretanto, as notícias acerca sobre a suposta investigação irritaram tanto grupos de ativistas pela liberdade de imprensa quanto políticos da oposição.

“Enxergamos isso como uma violação brutal à liberdade de imprensa,” disse José Guimarães, um deputado do Partido dos Trabalhadores.

“Trata-se não somente de um ultraje contra a liberdade de imprensa, como também um grosseiro abuso de poder,” declarou Trevor Timm, diretor executivo da norte-americana Fundação Liberdade de Imprensa.

Os vazamentos irritaram também os seguidores de Bolsonaro, que saíram em manifestações pelo país inteiro no domingo em apoio a Moro.

Greenwald e o marido David Miranda, deputado pelo PSOL, vêm enfrentando um horda de ameaças, xingamentos e ofensas homofóbicas.

“O que Bolsonaro e Moro estão fazendo agora é usar a Polícia Federal, que está sob o seu controle, para me investigar em retaliação pela minha reportagem,” tuitou Greenwald.

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