HSBC pagará R$ 134 mi para encerrar Swissleaks
As autoridades de Genebra, na Suíça, multaram o HSBC em 40 milhões de francos suíços (cerca de R$ 134,5 milhões) para encerrar a investigação sobre lavagem de dinheiro na divisão local no banco, no caso que ficou conhecido como Swissleaks; o HSBC afirmou que o pagamento é para compensar as autoridades por falhas organizacionais do passado e que o banco não será punido criminalmente; "A promotoria de Genebra reconheceu o progresso feito pelo banco nos últimos anos, incluindo melhorias em "compliance", processos internos e tecnologia", disse o HSBC em nota
247 - As autoridades de Genebra, na Suíça, multaram o HSBC em 40 milhões de francos suíços (cerca de R$ 134,5 milhões) para encerrar a investigação sobre lavagem de dinheiro na divisão local no banco, no caso que ficou conhecido como Swissleaks. Essa é a maior multa já impostas pelas autoridades de Genebra, segundo o promotor-chefe local, Olivier Jornot, que fez críticas à deficiência das leis do país para o sistema financeiro.
Em nota, o HSBC afirmou que o pagamento é para compensar as autoridades por falhas organizacionais do passado e que o banco não será punido criminalmente. O banco afirma ainda que a investigação da promotoria identificou que nem o banco e nem os seus empregados são suspeitos de cometer nenhum crime atualmente.
"A promotoria de Genebra reconheceu o progresso feito pelo banco nos últimos anos, incluindo melhorias em "compliance", processos internos e tecnologia", disse o banco, conforme publicação no site do jornal Folha de São Paulo.
Entenda o caso
O braço suíço do banco HSBC ajudou clientes milionários e criminosos condenados em escândalos de corrupção e por tráfico de drogas a sonegar impostos e a esconder milhões de dólares em investimentos, distribuindo produtos bancários não identificados e orientando sobre como escapar das autoridades do fisco, de acordo com um dossiê formado por informações bancárias vazadas.
Os dados –obtidos por meio da colaboração internacional de organizações de notícias, que inclui o "Guardian"– revelaram que o private bank (área de gestão de fortunas) do HSBC na Suíça:
1) rotineiramente permitia aos clientes retirarem maços de dinheiro em espécie, frequentemente em moedas estrangeiras sem uso na Suíça;
2) comercializava serviços para que clientes milionários evitassem impostos;
3) ajudava alguns clientes a dissimularem contas não declaradas (caixa 2);
4) fornecia contas bancárias para criminosos internacionais, homens de negócios corruptos e indivíduos considerados de alto risco.
No Brasil, a Receita Federal e a Polícia Federal estão apurando operações realizadas por brasileiros em contas secretas mantidas pelo HSBC na Suíça.
Segundo o blog do jornalista Fernando Rodrigues, do Brasil são 6.606 contas bancárias (que atendem a 8.667 clientes) e um valor movimentado entre 2006 e 2007 equivalente a cerca de R$ 20 bilhões.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre o assunto:
HSBC pagará US$ 43 mi em acordo na Suíça para encerrar investigação de lavagem de dinheiro
Por Joshua Franklin e Stephanie Nebehay
ZURIQUE/GENEBRA (Reuters) - O HSBC informou nesta quinta-feira que concordou em pagar às autoridade em Genebra 40 milhões de francos suíços (43 milhões de dólares) para chegar a um acordo sobre uma investigação de alegações de lavagem de dinheiro no seu banco privado suíço.
O banco disse em um comunicado que o pagamento é para compensar as autoridades por falhas organizacionais do passado e que nenhuma acusação criminal seria apresentada.
Em fevereiro, o Ministério Público de Genebra revistou os escritórios suíços do HSBC como parte de sua investigação.
A unidade suíça do HSBC tem sido o centro das atenções desde que um ex-funcionário da área de tecnologia, Hervé Falciani, fugiu de Genebra em 2008 com arquivos que supostamente mostravam evidências de sonegação de impostos de clientes.
Os arquivos vazaram para a mídia e foram publicados no início deste ano, arrastando o maior banco da Europa para a mira dos órgãos reguladores. A instituição é alvo de investigação das autoridades norte-americanas e francesas, entre outras.
O HSBC pediu desculpas aos clientes e investidores sobre as falhas anteriores em seus negócios suíços e disse que a operação já foi revista.
A Instituição afirmou que o procurador de Genebra reconheceu o progresso que o banco fez nos últimos anos.
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