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Humala vence e leva pânico ao mercado financeiro do Peru

Bolsa cai 12,2% com vitria de nacionalista; Vargas Llosa apia

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Brasil 247, com agências internacionais _ Pânico no mercado financeiro é a melhor expressão para descrever o que houve hoje na bolsa de valores do Peru. O anúncio da vitória do candidato nacionalista Ollanta Humala, da coligação Ganha Peru, provocou até mesmo a interrupção do pregão, por duas horas e meia, em razão da queda acentuada. No primeiro momento, a bolsa caiu 8,71% e, após a reabertura, desceu ainda mais, chegando a menos 12,23%. A presidente Dilma Rousseff telefonou para Humala e o convidou para visitar o país antes da posse, em 28 de junho. Ela se comprometeu eu ir à posse dele.

Um conjunto de receios detonou a apressada corrida de venda de papeis. O mercado teme que Humala, marcadamente nacionalista, vitorioso sobre a candidata Keiko Fujimori, governe com maior controle do Estado sobre a economia. Militar reformado, 48 anos, há o temor de que ele siga os passos do coronel Hugo Chávez, da Venezuela, e tente se eternizar no poder. Ao longo da campanha, o candidato agora presidente eleito fez vários pronunciamentos em que negou que irá agir na contramão do atual modelo econômico peruano. Nos últimos anos, o país cresce a uma média de 6% ao ano, recuperando-se de décadas de estagnação. Porém, os investidores o temem e, na fuga da bolsa, mostraram o quanto. Não adiantou nem mesmo o escritor, ex-candidato presidencial e prêmio Nobel de Literatura Mário Vargas Llosa garantir que Humala irá respeitar as regras atuais.

"As classes médias, sobretudo os emergentes, viraram-se para uma candidatura que representa a modernidade e de nenhuma maneira o retrocesso a formas completamente anacrônicas como as que Hugo Chávez representa", afirmou Vargas Llosa, que fez campanha para Humala nas últimas semanas. O escritor disse achar necessário que o vencedor dê, desde logo, sinais concretos dos compromissos firmados: um governo democrático, sem colocar em perigo o modelo econômico e a luta contra a corrupção e a pobreza. Ao ser questionado sobre a "tentação chavista", ele disse que "as forças democráticas têm de se manter vigilantes para impedir que haja qualquer intervencionismo de um regime absolutamente anacrônico (...) que trouxe tamanha catástrofe à Venezuela, que seria suicídio imitá-los".

Humala, atento a essa diretriz, procurou acalmar o mercado em seu primeiro pronunciamento como presidente eleito. “Esta noite renovo meu compromisso com o povo peruano de promover crescimento econômico com inclusão social. Começaremos a trabalhar para isso no próximo dia 28 de julho”, disse ele, diante de milhares de peruano na praça 2 de maio, no centro de Lima. “Vamos fazer uma transformação da agricultura, da indústria, para que gerem mais empregos e mais dinheiro para a nação”.

 

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