Índios criticam codinome Gerônimo dado a Bin Laden
As consequncias sobre o esprito das crianas indgenas so devastadoras, diz ativista
247_Pegou mal, bem mal, como adiantou Brasil 247, o apelido de Gerônimo dado pelo governo dos Estados Unidos ao terrorista Osama Bin Laden durante a operação militar que o matou, no domingo 1, no Paquistão. Representantes de várias comunidades indígenas dos Estados Unidos, em especial os Apaches, reclamaram do que consideram ser um ato de discriminação. “O emprego impróprio de ícones da cultura indígena é muito comum em nossa sociedade”, lamentou a assessora-chefe do Comitê de Assuntos Indígenas do Senado, Loretta Tuell. “Suas conseqüências sobre o espírito das crianças indígenas e não indígenas são devastadoras”.
Além da crítica formal, o Comitê irá denunciar, nesta quinta-feira 5, durante audiência no Congresso, “a associação entre o nome de Gerônimo, considerado um grande herói ameríndio, e o mais odiado dos inimigos dos Estados Unidos”. O Congresso Nacional dos Índios Americanos (NCAI), a maior organização representativa, também atacou a escolha do nome da operação pelo governo americano. "Associar um guerreiro índio a Bin Laden não é uma atitude justa para com a história, além de minimizar o sacrifício dos ameríndios engajados em nossas tropas", protestou em comunicado Jefferson Keel, presidente do NCAI.
Os Estados Unidos escolheram um apelido de Gerônimo para servir de referência a Osama Bin Laden por todos os envolvidos na operação secreta que resultou na morte do terrorista, no domingo 1, no Paquistão. Tratou-se de uma menção direta ao líder apache (1829-1909) que, no século 19, se recusou a assinar os tratados territoriais pelos quais os americanos passaram a ter o domínio das terras que, antes da chegada dos imigrantes ingleses ao país, eram ocupadas pelos próprios índios. Calcula-se que nos séculos 17, 18 e 19, o exército americano e a população civil do país tenham exterminado cerca de 20 milhões de indígenas. O genocídio foi classificado pelo historiados Ward Churchill, da Universidade do Colorado, como “o mais prolongado massacre que a história humana registra”.
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