Iraque tem primeiras eleições desde saída das tropas americanas

Primeiro-ministro xiita, Nuri Al Maliki, candidato a um terceiro mandato, é considerado favorito, apesar das múltiplas críticas de que é alvo e da rejeição dos iraquianos cansados do desemprego, da corrupção, da falta de serviços públicos básicos, da paralisia das instituições, devido à crise política e à insegurança

Primeiro-ministro xiita, Nuri Al Maliki, candidato a um terceiro mandato, é considerado favorito, apesar das múltiplas críticas de que é alvo e da rejeição dos iraquianos cansados do desemprego, da corrupção, da falta de serviços públicos básicos, da paralisia das instituições, devido à crise política e à insegurança
Primeiro-ministro xiita, Nuri Al Maliki, candidato a um terceiro mandato, é considerado favorito, apesar das múltiplas críticas de que é alvo e da rejeição dos iraquianos cansados do desemprego, da corrupção, da falta de serviços públicos básicos, da paralisia das instituições, devido à crise política e à insegurança (Foto: Roberta Namour)


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*Da Agência Brasil - Os iraquianos escolhem nesta quarta-feira (30) um novo Parlamento, nas primeiras eleições legislativas desde a saída, no fim de 2011, das tropas norte-americanas do país, abalado por atentados diários e ameaçado por nova guerra.

O primeiro-ministro xiita, Nuri Al Maliki, candidato a um terceiro mandato, é considerado favorito, apesar das múltiplas críticas de que é alvo e da rejeição dos iraquianos cansados do desemprego, da corrupção, da falta de serviços públicos básicos, da paralisia das instituições, devido à crise política e à insegurança.

A campanha eleitoral, que terminou ontem à noite, foi marcada por vários ataques sangrentos contra assembleias de voto ou comícios.

A votação antecipada das forças de segurança iraquianas ficou marcada, nesta segunda-feira, por uma série de dez atentados, que causaram pelo menos 27 mortes e deixaram dezenas de feridos. Nenhum ataque foi reivindicado e as autoridades mantiveram-se, até o momento, em silêncio.

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Esta manhã, pelo menos dez pessoas foram mortas em um duplo atentado contra um mercado no Leste do Iraque, causando temor em relação à jornada eleitoral.

Cerca de 600 soldados foram mortos desde janeiro passado e ninguém consegue conter a violência, que já deixou cerca de 3 mil mortos desde o início do ano. As autoridades decretaram cinco feriados - entre domingo passado e quinta-feira - para tentar garantir maior segurança no pleito, para o qual estão recenseados mais de 20 milhões de eleitores.

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Mais de 9 mil candidatos disputam 328 lugares no Parlamento, mas o favorito Al Maliki não tem um verdadeiro adversário. A oposição está completamente dividida, apesar das acusações de corrupção e de ser considerado um ditador, especialmente pela minoria sunita, que alega ser marginalizada.

A espiral de violência colocou a insegurança no centro do debate. Algumas áreas do país, nas mãos de rebeldes radicais, não deverão conseguir votar.

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Al Maliki e o seu partido, a Aliança para o Estado de Direito, basearam a campanha na necessidade de união com o governo para pôr fim ao banho de sangue.

O primeiro-ministro xiita está "usando a crise de segurança para desviar o debate sobre a insatisfação da população com o governo", explicou Michael Knights, do Instituto Washington para a Política no Médio Oriente.

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Em 2010, Al Maliki só tomou posse oito meses após as eleições e depois de difíceis e longas negociações entre grupos políticos.

Esse cenário poderá voltar a ocorrer, principalmente com a multiplicação de pequenos partidos com alianças religiosas ou tribais, um "fator maior de divisão", lamentou recentemente a Organização das Nações Unidas ()NU).

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A violência também é alimentada pela guerra na vizinha Síria, onde há três anos se enfrentam rebeldes e as forças do regime de Bashar Al Assad.

Muitos iraquianos juntaram-se ao combate, ao lado do regime no caso dos xiitas, enquanto a minoria sunita integrou as fileiras da rebelião, e o conflito ultrapassou as fronteiras sírias.

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Em Falluja, a 60 quilômetros a oeste de Bagdá, e em algumas áreas da cidade de Ramadi, na província de Al Anbar, os combates entre xiitas e sunitas levaram mais de 400 mil pessoas a fugir, no maior êxodo populacional no Iraque desde as violências registradas há sete anos, de acordo com a ONU.

Único elemento positivo da situação é o aumento da produção de petróleo. Mas, até essa boa notícia alimenta a revolta dos eleitores, que não veem qualquer impacto no mercado de trabalho do aumento das exportações, mas veem os rendimentos da exploração petrolífera sendo desviados por corrupção maciça.

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Ontem foi antecipada a votação de 800 mil membros das forças de segurança, de doentes hospitalizados, pessoal médico, presos, guardas prisionais e de iraquianos residentes em 19 países.

*Com informações da Agência Lusa

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