Israel diz ter matado comandante do Hamas
Autoridades de saúde da Faixa de Gaza informaram que o ataque ao veículo matou cinco pessoas e deixou ao menos outras 25 feridas
247 - O Exército de Israel afirmou neste sábado (13) que matou Raed Saed, um dos principais comandantes do Hamas e apontado como um dos arquitetos dos ataques de 7 de outubro de 2023 contra o território israelense. O militar teria sido atingido em um ataque aéreo contra um carro na Cidade de Gaza.As informações foram divulgadas inicialmente pela Reuters.
Considerado o assassinato de maior repercussão de um líder do Hamas desde a entrada em vigor do acordo de cessar-fogo em outubro.Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), Saed foi alvo da operação em resposta a um ataque do Hamas ocorrido mais cedo neste sábado, no qual um artefato explosivo feriu dois soldados israelenses.
Em nota conjunta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmaram que a ação foi uma resposta direta a essa ofensiva atribuída ao grupo palestino.
Autoridades de saúde da Faixa de Gaza informaram que o ataque ao veículo matou cinco pessoas e deixou ao menos outras 25 feridas. Até o momento, não houve confirmação oficial por parte do Hamas ou de equipes médicas de que Raed Saed esteja entre os mortos.Perfil de Raed Saed
De acordo com um oficial militar israelense ouvido pela Reuters, Saed ocupava um posto elevado na hierarquia do Hamas e teve papel central na criação e no fortalecimento da rede de produção de armas do grupo.“In recent months, he operated to reestablish Hamas' capabilities and weapons manufacturing, a blatant violation of the ceasefire,” afirmou o oficial.
Fontes ligadas ao Hamas descrevem Saed como o número dois do braço armado da organização, subordinado apenas a Izz el-Deen al-Hadad. Ele também teria comandado, no passado, o batalhão do Hamas na Cidade de Gaza, considerado um dos maiores e mais bem equipados do grupo.
Acusação de violação do cessar-fogo
Em comunicado, o Hamas condenou o ataque israelense e afirmou que a ação representa uma violação do acordo de cessar-fogo. A organização, no entanto, não informou se Saed foi ferido ou morto e evitou ameaçar retaliação imediata.O cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro permitiu o retorno de centenas de milhares de palestinos às áreas devastadas da Cidade de Gaza. Israel também retirou tropas de posições urbanas, enquanto o fluxo de ajuda humanitária foi ampliado.
Apesar disso, a violência não cessou completamente. Autoridades de saúde palestinas afirmam que, desde o início da trégua, ao menos 386 pessoas morreram em ataques israelenses na Faixa de Gaza. Israel, por sua vez, diz que três soldados foram mortos no mesmo período e que realizou ataques contra dezenas de combatentes.Contexto do conflito
A guerra em Gaza teve início após o ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos, a maioria civis, e resultou no sequestro de 251 pessoas.Desde então, a ofensiva militar israelense matou mais de 70.700 palestinos, em sua maioria civis, segundo autoridades de saúde da Faixa de Gaza.
O ataque que teria matado Raed Saed reacende dúvidas sobre a solidez do cessar-fogo e aumenta a tensão em um momento delicado do conflito, marcado por tentativas de estabilização após mais de dois anos de guerra.
