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Israel enfrenta risco de colapso na defesa antimísseis com estoques próximos do fim

Autoridades dos EUA alertam que Israel tem menos de duas semanas de interceptação se ataques iranianos continuarem no ritmo atual

(Foto: REUTERS)
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247 - Com os estoques de mísseis interceptadores se esgotando rapidamente, Israel poderá manter sua defesa aérea por apenas mais 10 a 12 dias caso o Irã mantenha o ritmo atual de ataques. A informação foi revelada por uma autoridade americana ao Washington Post e reforça a crescente preocupação com a capacidade de defesa israelense diante da escalada do conflito. A cena que se tornou comum nos primeiros dias da guerra — barragens de mísseis iranianos sendo interceptadas por projéteis israelenses no céu — tem se tornado cada vez mais rara.

De acordo com reportagem publicada pelo O Globo, com base em informações de agências internacionais e dos jornais Washington Post e Wall Street Journal, os Estados Unidos estão cientes da limitação dos sistemas defensivos israelenses há meses e têm enviado reforços por terra, mar e ar. Apesar disso, há receio de que os próprios estoques americanos estejam sendo comprometidos. “Nem os EUA nem os israelenses podem continuar sentados interceptando mísseis o dia todo”, afirmou Tom Karako, diretor do Projeto de Defesa de Mísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em entrevista ao Wall Street Journal.

Segundo autoridades de inteligência israelenses ouvidas pelo Washington Post, o Irã possuía cerca de 2 mil mísseis de longo alcance no início da ofensiva. Desde sexta-feira, cerca de 400 teriam sido lançados contra alvos israelenses. Tel Aviv afirma ter eliminado 120 desses projéteis, o que representa um terço do total disparado. A força aérea israelense também relatou ganhos no controle dos céus sobre Teerã, o que poderia limitar futuras investidas iranianas.

Apesar disso, os ataques continuam causando estragos consideráveis. Na noite de sexta-feira, mísseis iranianos conseguiram furar o bloqueio israelense e atingiram o centro de Tel Aviv, chegando próximo ao quartel-general das Forças Armadas (IDF). No domingo, uma grande refinaria de petróleo próxima a Haifa foi atingida, e na terça-feira vídeos registraram impactos nas proximidades da sede da inteligência israelense, ao norte de Tel Aviv.

A intensidade dos bombardeios, no entanto, parece ter diminuído. O Irã, que lançou mais de 150 mísseis na primeira noite, disparou apenas 10 na tarde de terça-feira, segundo o Washington Post. Ainda assim, mais da metade do arsenal iraniano continua intacta, e parte significativa pode estar oculta em depósitos secretos, conforme alertam analistas israelenses.

O custo da defesa também é um fator crítico. De acordo com o jornal israelense The Marker, cada noite de interceptações custa cerca de 1 bilhão de shekels — ou R$ 1 bilhão. O sistema Arrow, um dos principais utilizados por Israel, dispara mísseis que custam cerca de US$ 3 milhões (R$ 16 milhões) por unidade, segundo o especialista Tal Inbar, da Aliança de Defesa de Mísseis.

Até terça-feira, o governo israelense informou que 35 dos 400 mísseis iranianos conseguiram atingir seus alvos, o que indica uma taxa de interceptação superior a 90%. Ainda assim, 24 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em Israel. Do lado iraniano, as autoridades divulgaram que 224 pessoas morreram em ataques israelenses até domingo, último dado disponível.

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