Israel prende jovem de 18 anos que se recusou a lutar em "uma guerra de vingança" contra o Hamas
"Me recuso a acreditar que mais violência trará segurança. Cresci em um lar onde a vida é sagrada, onde a compreensão vem antes da adoção de medidas violentas", diz Tal Mitnick
247 - Um jovem israelense de 18 anos, Tal Mitnick, tornou-se o primeiro a ser preso por "objeção de consciência" em Israel desde o início do conflito em 7 de outubro, ao recusar o alistamento nas Forças Armadas do país. O julgamento resultou em uma sentença de 30 dias de prisão militar, uma pena notavelmente longa para um objetor de consciência em sua primeira recusa, relata o jornal O Globo.
Mitnick, acompanhado por outros ativistas da Rede Mesarvot, um grupo de objetores de consciência em Israel, compareceu ao centro de alistamento, citando a guerra contra o grupo armado palestino Hamas e a ocupação em Gaza como razões para sua recusa. Objetor de consciência é aquele que se recusa a portar armas ou a servir nas forças armadas por motivos morais, éticos ou religiosos.
Uma declaração divulgada por representantes do adolescente expressou sua crença de que mais violência não trará segurança. "Eu me recuso a acreditar que mais violência trará segurança, eu me recuso a participar de uma guerra de vingança. Cresci em um lar onde a vida é sagrada, onde a discussão é valorizada e onde o discurso e a compreensão sempre vêm antes da adoção de medidas violentas".
"Devemos reconhecer o fato de que, após semanas de operação terrestre em Gaza, no fim das contas, negociações, um acordo, trouxeram de volta os reféns. Na verdade, foi a ação militar que causou a morte deles. Por causa da mentira criminosa de que ‘não há civis inocentes em Gaza’, até mesmo os reféns que agitavam uma bandeira branca e gritavam em hebraico foram mortos a tiros. Não quero nem imaginar quantos casos semelhantes houve que não foram investigados porque as vítimas nasceram no lado errado da cerca”, acrescentou.
O jovem também destacou a crença na importância da diplomacia e do esforço político para pôr fim ao conflito.
