HOME > Mundo

Johnson acusa May de pôr um “colete suicida” à Constituição britânica

O ex-ministro de Exteriores do Reino Unido Boris Johnson acusou a primeira-ministra, Theresa May, de pôr um "colete suicida" à Constituição britânica na negociação com a União Europeia (UE) para o "brexit", em artigo publicado neste domingo pelo "The Mail on Sunday"

Johnson acusa May de pôr um “colete suicida” à Constituição britânica (Foto: Reuters: esq. (Hannah McKay) / Dir. (Peter Nicholls) )

Agência EFE - O ex-ministro de Exteriores do Reino Unido Boris Johnson acusou a primeira-ministra, Theresa May, de pôr um "colete suicida" à Constituição britânica na negociação com a União Europeia (UE) para o "brexit", em artigo publicado neste domingo pelo "The Mail on Sunday".

No texto, onde também expõe sua visão o atual titular do Foreign Office, Jeremy Hunt, Johnson assegurou que May entregou "o detonador" desse imaginário colete a Michel Barnier, o negociador-chefe da UE.

O defensor do "brexit", que renunciou do Governo em julho passado por desacordos com o plano de May, acredita que esta se abriu "a uma chantagem perpétua" de Bruxelas, ao aceitar suas exigências sobre a fronteira entre República da Irlanda e Irlanda do Norte.

A UE condiciona qualquer acordo com o Reino Unido a que se mantenha uma fronteira sem barreira física no território irlandês, a fim de proteger o processo de paz de 1998, e coloca que, se isto não for conseguido, a Irlanda do Norte permaneceria no mercado único.

Por ceder a esta premissa, o Reino Unido está sofrendo "uma humilhação" nas negociações, e parece um "doente" de 45 quilos dominado "por um gorila" de uma tonelada, escreveu Johnson, em sua habitual linguagem provocadora e colorida.

Na sua opinião, o Governo não investiu o suficiente em idealizar um método para assegurar a fluência fronteiriça na ilha da Irlanda porque para alguns membros lhes interessa ficar na UE.

Com o plano de Chequers - a estratégia de Londres, devido a qual ele renunciou -, este país aceitará as regras de Bruxelas "para sempre, sem voz na elaboração das mesmas", convertendo-se em um Estado "vassalo", advertiu Johnson.

O ex-ministro, sustentou que, durante a negociação, a UE conseguiu "o que quis".