Kofi Annan aponta fracasso na Síria

Roberta Namour – correspondente do 247 em Paris – A onda de violência na Síria já dura pelo menos 16 meses. O balanço atingiu os 16 mil mortos, 1,5 milhão de necessitados de ajuda humanitária e 100 mil refugiados  em países vizinhos. 

Kofi Annan, emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe, reconheceu que fracassou em sua missão. "Importantes esforços foram destinados para tentar resolver a situação de maneira pacífica e política. Evidentemente, nós não conseguimos", disse em entrevista ao Le Monde. 

Nesse clima de derrota, os "Amigos da Síria", países árabes e ocidentais se reuniram pela terceira vez, agora em Paris, para pedir a queda do  presidente sírio Bashar al-Assad d e a adoção de sações mais efetivas ao Conselho de Segurança da ONU. 

A Síria se tornou uma "ameaça para a segurança internacional", afirmou nesta sexta-feira o presidente francês François Hollande, ao abrir a conferência.

Hollande também enviou uma mensagem para a Rússia, que boicotou a reunião."Quero dirigir-me aos que não estão aqui. No momento em que estamos da crise síria, não é mais questionável que esta crise se tornou uma ameaça para a paz e a segurança internacional".

O tom reprovatório ecoou, mas nenhum grande avanço por parte dos ocidentais foi conquistado. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, recomendou que a missão da entidade na Síria seja reduzida e assuma um papel de mediação política diante do agravamento da violência no país.

A grande conquista do dia, no entanto, veio do outro lado. O regime de Assad sofreu uma importante deserção, a maior perda de aliados militares desde o início da revolta.

O ministro das Relações Exteriores da França anunciou na tarde desta sexta-feira a deserção do general Manaf Tlas. Laurent Fabius confirmou que o sírio segue em direção a Paris.

O militar seguiu a orientação de Hillary Clinton, que incentivou os dirigentes sírios a desertarem, afirmando ser "o tempo de abandonar o ditador, ficar ao lado de seus compatriotas e ficar do lado certo da História".