Kremlin diz que Bucha é 'falsificação monstruosa' destinada a manchar a Rússia
"É um show simplesmente bem dirigido - mas trágico", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov
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LONDRES, (Reuters) - O Kremlin disse nesta terça-feira que as alegações ocidentais de que forças russas cometeram crimes de guerra ao executar civis na cidade ucraniana de Bucha eram uma "falsificação monstruosa" destinada a denegrir o Exército russo.
Desde que as tropas russas se retiraram das cidades e vilarejos ao redor da capital ucraniana, Kiev, as tropas ucranianas têm mostrado aos jornalistas cadáveres do que dizem ser civis mortos pelas forças russas, casas destruídas e carros incendiados.
O Ocidente diz que os civis mortos são evidências de crimes de guerra. A Reuters viu cadáveres na cidade de Bucha, mas não conseguiu verificar independentemente quem foi o responsável pelos assassinatos.
"É um show simplesmente bem dirigido - mas trágico", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres. "É uma falsificação destinada a denegrir o exército russo - e não vai funcionar."
"Mais uma vez pedimos à comunidade internacional: se desapegue dessas percepções emocionais e pense com a cabeça", disse Peskov. "Compare os fatos e entenda com que falsificação monstruosa estamos lidando."
A Ucrânia diz que a Rússia é culpada de genocídio e o presidente dos EUA, Joe Biden, acusou nesta segunda-feira o presidente russo, Vladimir Putin, de crimes de guerra e pediu um julgamento.
O Kremlin disse que as declarações de Biden são inaceitáveis e indignas de um líder dos Estados Unidos.
O clamor pela descoberta de tantos civis mortos, alguns com tiros na cabeça, após a retirada da Rússia de áreas ao redor de Kiev, levou o Ocidente a promessas de impor sanções ainda mais duras à Rússia.
A Comissão Europeia deve propor novas sanções abrangentes contra a Rússia, incluindo a proibição de importações de carvão, borracha, produtos químicos e outros produtos, disse uma fonte da UE à Reuters.
A economia da Rússia já está caminhando para sua maior contração econômica desde os anos que se seguiram à queda da União Soviética em 1991, depois que o Ocidente em grande parte cortou a Rússia do sistema financeiro ocidental e sancionou seus empresários mais ricos.
A Rússia apresenta as evidências de execuções de civis em Bucha como uma manobra cínica da Ucrânia e de seus apoiadores ocidentais, que Moscou diz serem dominados por uma paranóia discriminatória anti-russa.
"São falsificações que amadureceram na imaginação cínica da propaganda ucraniana", disse Dmitry Medvedev, que foi presidente de 2008 a 2012 e agora é vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, sobre Bucha.
Medvedev disse que as falsificações foram inventadas por grandes quantias de dinheiro por empresas ocidentais de relações públicas e organizações não-governamentais "domadas". Ele não forneceu provas específicas.
Ele sugeriu que as forças ucranianas estavam preparadas para matar seus próprios cidadãos em uma tentativa de desacreditar a Rússia.
O Ministério da Defesa da Rússia disse ter evidências de que o 72º Centro Principal de Operações Psicológicas da Ucrânia ajudou a organizar tal propaganda em uma vila a 23 quilômetros a noroeste de Kiev, bem como em Sumy, Konotop e outras cidades.
A Rússia não publicou evidências de suas alegações, mas diz que a mídia ocidental forneceu uma narrativa excessivamente parcial da guerra na Ucrânia que ignora amplamente as preocupações da Rússia sobre a ampliação da OTAN e a perseguição de falantes de russo.
"O Ocidente coletivo piscou os olhos e os ouvidos e não quer ouvir nada", disse Peskov.
Moscou questionou por que, se suas forças se retiraram de Bucha em 30 de março e o prefeito de Bucha declarou a área livre de forças russas em 31 de março, os corpos de civis mortos só foram mostrados pela primeira vez em 3 de abril.
A Rússia também diz que os corpos mostrados em algumas imagens não mostraram sinais característicos de degradação que seriam esperados após vários dias.
Putin diz que a "operação militar especial" na Ucrânia é necessária porque os Estados Unidos estavam usando a Ucrânia para ameaçar a Rússia e Moscou teve que defender o povo de língua russa na Ucrânia da perseguição.
A Ucrânia rejeitou as alegações de perseguição de Putin e diz que a Rússia está travando uma guerra de agressão não provocada.
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