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Lá se foi um “big name”

Aquele velho chavão "jornalista não é notícia" quase sempre é válido. Quase. Não há como não comentar a morte de Arthur Ochs Sulzberger, responsável por tornar o The New York Times naquilo que é hoje: o jornal mais influente do planeta

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Aquele velho chavão "jornalista não é notícia" quase sempre é válido. Quase.

Não há como não comentar a morte de Arthur Ochs Sulzberger, ocorrida no último sábado 29.

"Punch" (como era seu apelido) tinha 86 anos e foi o responsável por tornar o The New York Times (NYT) naquilo que é hoje: o jornal mais influente do planeta. Nem de longe foi uma tarefa fácil.

Arthur era neto de Adolph S. Ochs, que comprou o NYT em 1896 (a publicação foi fundada em 1851). "Punch" substituiu seu pai, Arthur Hays, como publisher, em 1963. Permaneceu no cargo até 1992, quando passou o bastão para seu filho, Arthur Sulzberger Jr. Como chefe do conselho do jornal, ficou até 1997 (o filho também assumiu a cadeira).

Nesses quase 30 anos, Sulzberger levou o NYT a ganhar 31 prêmios Pullitzer, o mais prestigiado da imprensa norte-americana. Em 1971, chegou ao ponto máximo de sua carreira ao divulgar os famosos Papéis do Pentágono – documentos secretos que mostravam como era a ação real dos EUA na Guerra do Vietnã.

No episódio, o presidente Richard Nixon fez de tudo para impedir as revelações, mas a Suprema Corte deu ganho de causa à publicação , que continuou a série de reportagens especiais.

Obviamente que a carreira do jornalista não foi feita apenas de sucessos. Dos vários veículos que lançou, os únicos que efetivamente vingaram foram o International Herald Tribune e o Boston Globe.

"Punch" encarou graves crises financeiras nas décadas de 60 e 70, mas conseguiu sair por cima. Criou suplementos, aumentou o número de cadernos e introduziu o uso de cores no jornal. Em 1980, criou a edição nacional do NYT, responsável por mais de 50% dos leitores da versão impressa.

Sempre dizia que "independência editorial se consegue apenas com independência financeira".

Luciana Coelho, correspondente da Folha de S.Paulo em Washington, fez excelente matéria sobre Sulzberger no domingo 30. E finalizou citando uma frase do profissional: "Não falta notícia no mundo. Se você quiser, poder ir à internet e pegar um monte de porcaria. Mas não acho que a maioria das pessoas tenha competência para virar editor. Ou tempo ou interesse".

Como dizem os norte-americanos, se foi um "big name".

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