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Latuff ao 247: "Sharon foi estrategista do apartheid"

Ao 247, o cartunista Carlos Latuff, que já foi apontado pelo Centro Simon Wiesenthal como um dos maiores antissemitas do mundo, afirma que sua missão é retratar "os dois lados" do conflito no Oriente Médio: "o apartheid israelense e a resistência palestina"; ele afirma que a resistência é reverso da moeda do apartheid; "Cobram dos palestinos atitudes pacíficas enquanto saturam o terreno com tropas, constroem muros e assentamentos e despejam bombas de fósforo branco em áreas densamente habitadas", diz ele

Ao 247, o cartunista Carlos Latuff, que já foi apontado pelo Centro Simon Wiesenthal como um dos maiores antissemitas do mundo, afirma que sua missão é retratar "os dois lados" do conflito no Oriente Médio: "o apartheid israelense e a resistência palestina"; ele afirma que a resistência é reverso da moeda do apartheid; "Cobram dos palestinos atitudes pacíficas enquanto saturam o terreno com tropas, constroem muros e assentamentos e despejam bombas de fósforo branco em áreas densamente habitadas", diz ele (Foto: Leonardo Attuch)

247 - Reconhecido no Brasil e no mundo por sua arte fina, mas também engajada, o cartunista brasileiro Carlos Latuff, colaborador do 247, dedica boa parte de suas ilustrações à questão palestina. Por isso mesmo, é muito comum que seus cartuns sejam vistos em protestos que pregam a paz no Oriente Médio e o fim da política de segregação imposta por Israel ao povo palestino.

Latuff tem também a capacidade de expressar indignação com traços fortes e precisos. Em três charges sobre Ariel Sharon, líder da direita israelense falecido neste sábado, ele expressa posições políticas contundentes. Numa delas, Sharon (mesmo fora da charge) é lembrado como criminoso de guerra, que parte sem ser julgado – a cadeira do tribunal está vazia. Em outra, desce ao túmulo carregando o peso de massacres que promoveu contra o povo palestino. No entanto, a despeito do sangue derramado, tem a reputação limpa pela mídia ocidental, na terceira ilustração.

"Neste conflito, eu tenho a missão de mostrar os dois lados, que são o apartheid israelense e a resistência palestina", diz Latuff ao 247. "E a verdade é que, além de criminoso de guerra, Sharon foi um dos estrategistas do apartheid israelense". Política que segue firme em Israel, mesmo após a saída de Sharon do governo. "Todos têm sangue de civis palestinos nas mãos. Todos ordenaram ataques ao território palestino", afirma Latuff.

O cartunista diz ainda que a resistência palestina é o outro lado dessa moeda. "Cobram dos palestinos atitudes pacíficas enquanto saturam o terreno com tropas, constroem muros e assentamentos e despejam bombas de fósforo branco em áreas densamente habitadas", diz ele.

Em razão de suas posições claras, Latuff, nascido no Rio de Janeiro, já foi incluído pelo Centro Simon Wiesenthal numa lista dos dez mais influentes antissemitas do mundo – o que não o intimida. "A tentativa de associar as críticas ao governo israelense com o ódio aos judeus é uma estratégia para criminalizar e silenciar os críticos", diz ele.