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Liderança brasileira na América do Sul era 'inconveniente' para os EUA, diz especialista

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou em seu Twitter na última terça-feira (3) que os EUA "não suportaram a ideia da criação dos BRICS". A Sputnik Brasil conversou com especialistas que comentaram a declaração de Lula

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Sputnik - Em sua postagem, o ex-presidente Lula afirmou que os EUA "não aceitaram o Brasil fazer uma reunião entre os países da América Latina e África.

O professor de Geografia e Relações Internacionais do Colégio Militar de Porto Alegre, especialista nos países do Grupo BRICS, Diego Pautasso, em entrevista à Sputnik Brasil, disse que concorda "integralmente" com a fala do ex-presidente, porém afirmou que a declaração é incompleta.

"De fato a presença do Brasil junto aos Brics, exercendo protagonismo em outras organizações multilaterais, tendo uma política externa ativa e altiva, como diria o ex-ministro Celso Amorim, conseguindo em alguma medida participar da negociação de conflitos, evidentemente causou incômodos à política externa dos EUA", analisou.

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De acordo com ele, a liderança do Brasil em alguma medida deslocou o protagonismo dos EUA desde o início da posse do presidente Lula, quando foi criado o grupo de amigos da Venezuela, em que o Brasil exerceu um papel de liderança "até então desconhecido no âmbito regional".

"É verdade também que o Brasil descuidou de elementos decisivos do 'hard power', ou seja, o Brasil quis disputar o centro do tabuleiro de xadrez com as grandes potências mundiais, sem criar os meios necessários - de força e inteligência - que criassem a proteção e capacidade de jogar com os grandes players. Em alguma medida isso explica a razão pela qual foi tão rápido e fácil o desmonte de política externa e de desenvolvimento até então desenvolvido sob a então liderança do presidente Lula", afirmou.

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Ao analisar a afirmação do ex-presidente Lula, Diego Pautasso observou que a declaração quis dizer que a "liderança brasileira era inconveniente".

Obviamente os EUA mobilizaram os seus meios para retomar a influência na região, sobretudo tendo em vista a crescente presença da China e da Rússia na América do Sul, completou.

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​O professor de Relações Internacionais do IBMEC, Alexandre Pires, por sua vez, em entrevista à Sputnik Brasil, a América do Sul e a América Central acabam tendo um papel secundário na estratégia geopolítica norte-americana. De acordo com ele, a região acaba servindo mais como um "meio de contenção de pretensões de outras potências concorrentes do que realmente como uma estratégia necessária de desenvolvimento".

Isso explica e revela muito sobre a política norte-americana durante todo o século XX, mas os contextos mudam e no momento atual os EUA veem o mundo com potências ascendentes retomando o protagonismo, como a China, a Rússia, mesmo a Índia, em termos econômicos, e não pode dispensar nenhum aliado", observo

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