Livro sobre ataques do 11 de setembro sofre censura da CIA

247 - A Agência Central de Inteligência (CIA) está exigindo que sejam removidos vários trechos do livro de memórias de um ex-agente do Departamento Federal de Investigação (FBI). As informações são do jornal The New York Times. Ali H. Soufan argumenta em sua publicação que a CIA desperdiçou uma chance de impedir o complô terrorista ao negar ao FBI informações sobre dois futuros sequestradores do 11 de setembro que moravam em San Diego, na Califórnia. Ele também fornece uma narrativa detalhada de como a CIA passou a adotar um tratamento brutal de prisioneiros durante os seus interrogatórios. Para ele, os métodos bárbaros utilizados pela agência contra o seu primeiro detento importante, Abu Zubaydah, foram desnecessários e contraproducentes.

Segundo o jornal, algumas das informações que a agência argumenta que são sigilosas foram reveladas em inquéritos parlamentares abertos, no relatório da comissão nacional sobre o 11 de setembro, e até mesmo nas memórias de 2007 do ex-diretor da CIA, George J. Tenet. Em uma correspondência enviada em 19 de agosto à conselheira geral do FBI, Valerie E. Caproni, um advogado de Soufan, David N. Kelley, disse que “fontes confiáveis contaram a Soufan que a CIA decidiu que o livro dele não deveria ser publicado porque a obra seria embaraçosa para a agência”.

Em contrapartida, Jennifer Youngblood, uma porta-voz da CIA, afirmou: “A insinuação de que a Agência Central de Inteligência solicitou que essa publicação fosse editada por não gostar do conteúdo dela é ridícula. O processo de revisão de pré-publicação pela CIA se concentra unicamente em determinar se as informações são sigilosas ou não”.

O livro, escrito em parceria com Daniel Freedman, um colega de Soufan na companhia de segurança dele em Nova York, chegará às livrarias no dia 12 de setembro. A editora, W.W. Norton and Co., decidiu lançar uma primeira edição na qual os trechos censurados da CIA estarão ocultos por tarjas pretas.