Londres: o que já se sabe sobre ataque em trem que deixou 11 pessoas feridas
Dois homens foram presos após uma série de esfaqueamentos em um trem no leste da Inglaterra; duas vítimas seguem em estado crítico, segundo a polícia
Reuters - Um ataque a faca dentro de um trem no leste da Inglaterra deixou 11 pessoas feridas e levou à prisão de dois homens neste sábado (1º). A polícia britânica informou neste domingo (2) que o caso não está sendo tratado como um ato de terrorismo, embora a investigação ainda busque esclarecer as motivações do crime.
“Neste estágio, não há nada que sugira que este seja um incidente terrorista”, afirmou o superintendente John Loveless, da Polícia de Transporte Britânica, em coletiva de imprensa. A informação foi publicada pela agência Reuters.
Os dois suspeitos, ambos britânicos, têm 32 e 35 anos e foram presos sob suspeita de tentativa de assassinato. Segundo a polícia, o primeiro é um homem negro de nacionalidade britânica e o segundo é um cidadão britânico de ascendência caribenha. Ambos nasceram no Reino Unido. “Continuamos trabalhando para estabelecer as circunstâncias e a motivação completa deste incidente”, acrescentou Loveless, destacando que seria “inapropriado especular sobre a causa”.
O trem, da linha London North Eastern Railway (LNER), realizava o trajeto em direção a Londres quando o ataque começou. Diante da situação, o maquinista fez uma parada de emergência na estação de Huntingdon, cerca de 130 quilômetros ao norte da capital britânica.
De acordo com as autoridades, quatro das onze pessoas hospitalizadas já receberam alta, mas duas permanecem em estado crítico. A cena do crime foi isolada e equipes de perícia foram vistas examinando o interior dos vagões, onde, segundo testemunhas, havia sangue espalhado pelos assentos.
“Eu coloquei a mão em uma cadeira... e então vi que minha mão estava coberta de sangue. Quando olhei em volta, havia sangue em todas as cadeiras”, relatou o passageiro Olly Foster à BBC. Outro viajante contou à Sky News que um dos suspeitos “brandia uma faca grande antes de ser atingido por um taser da polícia”.
O primeiro-ministro Keir Starmer classificou o episódio como um “incidente terrível e profundamente preocupante”, enquanto o rei Charles III disse estar “verdadeiramente chocado e consternado”. Já a ministra do Interior, Shabana Mahmood, declarou-se “profundamente entristecida” e pediu à população que evite especulações sobre o ocorrido.
O governo britânico tem redobrado esforços para conter a disseminação de rumores nas redes sociais após um episódio em 2024, quando a morte de três meninas em Southport, no noroeste da Inglaterra, deu origem a dias de protestos violentos movidos por desinformação.
De acordo com dados do Ministério do Interior britânico, o número de crimes com faca aumentou 87% na Inglaterra e no País de Gales na última década. Em 2024, foram 54.587 ocorrências registradas, uma alta de 2% em relação ao ano anterior — uma das taxas mais elevadas da Europa.
Apesar de o nível de ameaça terrorista no Reino Unido estar classificado como “substancial” — o que significa que um ataque é considerado “provável” —, o país vinha atravessando um período de relativa tranquilidade desde 2017. No entanto, no mês passado, três pessoas morreram em um ataque a uma sinagoga em Manchester, reacendendo os temores sobre a segurança pública.
As investigações sobre o ataque no trem de Huntingdon seguem em andamento. A polícia pediu que testemunhas entrem em contato com informações que possam ajudar a esclarecer os fatos.
