Macron se solidariza a Israel e ignora os palestinos
"Falo por todos nós quando digo que partilhamos a dor de Israel. Os franceses sabem como é essa dor", disse o presidente francês
247 - O presidente da França, Emmanuel Macron, foi às redes sociais para manifestar solidariedade a Israel pelas mortes provocadas pelo Hamas. "Falo por todos nós quando digo que partilhamos a dor de Israel. Os franceses sabem como é essa dor. Sabemos no fundo dos nossos corações que nada pode justificar o terrorismo", disse Macron. O presidente francês, no entanto, silenciou sobre as 6 mil bombas lançadas por Israel sobre a Faixa de Gaza, que provocaram a morte de mais de 1.400 pessoas, sendo entre elas 47 crianças, 248 mulheres e 10 profissionais de saúde.
A polícia francesa usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar uma manifestação proibida em apoio ao povo palestino em Paris na quinta-feira, enquanto o presidente Emmanuel Macron instava os franceses a permanecerem unidos e a não trazerem o conflito Israel-Hamas para casa. O ministro do Interior de Macron havia proibido anteriormente protestos pró-palestinos, alegando que eles eram "susceptíveis de gerar distúrbios na ordem pública".
A França é o lar das maiores comunidades muçulmanas e judaicas da Europa. O conflito no Oriente Médio frequentemente exacerbou tensões domésticas no passado. "Não busquemos em casa aventuras ideológicas imitando ou projetando", disse Macron em um discurso solene na TV.
Israel disse nesta quinta-feira que não haverá exceções humanitárias ao seu cerco à Faixa de Gaza até que todos os seus reféns sejam libertados, após a Cruz Vermelha ter pedido que fosse permitida a entrada de combustível para evitar que hospitais sobrecarregados "se transformem em necrotérios". Israel prometeu aniquilar o movimento Hamas, que governa a Faixa de Gaza, em retribuição ao ataque mais mortal contra civis judeus desde o Holocausto, quando centenas de homens armados atravessaram a barreira e invadiram cidades israelenses no sábado.
Até agora, Israel submete Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, sob cerco total e lançando, de longe, a mais poderosa campanha de bombardeio nos 75 anos de história do conflito israelense-palestino, destruindo bairros inteiros. A única estação de energia elétrica foi desligada e os hospitais estão ficando sem combustível para os geradores de emergência. (*Com informações da Reuters)
