Malásia anuncia retomada das buscas pelo voo MH370 após 11 anos de mistério sem solução
Operação no sul do Índico será conduzida pela Ocean Infinity por até 55 dias; desaparecimento continua sendo um dos maiores enigmas da aviação
247 - O governo da Malásia confirmou que retomará, no dia 30 de dezembro, a busca pelo voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em 2014 com 239 pessoas a bordo. As informações são da Reuters.
A aeronave, um Boeing 777 que seguia de Kuala Lumpur para Pequim, transportava 227 passageiros e 12 tripulantes quando perdeu contato com os radares. Desde então, diferentes operações internacionais varreram amplas áreas do oceano Índico, mas nenhuma encontrou o local exato dos destroços. A nova etapa será conduzida pela empresa de exploração submarina Ocean Infinity, que já participou de buscas anteriores.
Operação terá até 55 dias e área definida por “maior probabilidade”
De acordo com o Ministério dos Transportes da Malásia, a Ocean Infinity fará uma varredura submarina por até 55 dias, de forma intermitente, em uma área de 15 mil km² no sul do oceano Índico. O governo não revelou o ponto exato onde as equipes atuarão, mas afirmou que “a busca será realizada em uma área específica avaliada como a de maior probabilidade de localizar a aeronave”.
A operação havia sido interrompida em abril deste ano, após poucas semanas de trabalho, devido ao mau tempo. Agora, será retomada sob os termos do acordo firmado entre o governo e a empresa. Caso sejam encontrados destroços substanciais, a Malásia se compromete a pagar US$ 70 milhões à Ocean Infinity.
Detalhes e hipóteses que marcaram a investigação
O desaparecimento do MH370 gerou inúmeras teorias ao longo dos anos. Um relatório oficial de 495 páginas, publicado em 2018, apontou que os controles do Boeing 777 podem ter sido manipulados deliberadamente para desviar o avião da rota original. Os investigadores, porém, não conseguiram identificar um responsável e disseram que somente a descoberta dos destroços permitiria conclusões definitivas.
Destroços confirmados — e outros atribuídos ao avião — chegaram a ser encontrados no leste da África e em ilhas do Índico. Ainda assim, nenhum fragmento crucial que permitisse a reconstrução dos momentos finais do voo foi localizado.
Os investigadores afirmaram não haver indícios suspeitos no perfil do comandante ou do copiloto, nem evidências relacionadas a questões financeiras, psicológicas ou de treinamento que justificassem um ato intencional.
Passageiros de mais de dez nacionalidades
Entre as 239 pessoas a bordo, mais de 150 eram chinesas. Também havia passageiros da Malásia, França, Austrália, Indonésia, Índia, Estados Unidos, Ucrânia, Canadá e outros países — o que ampliou o alcance internacional das pressões para retomada das buscas.
Até hoje, familiares de vítimas cobram respostas e acionam judicialmente a Malaysia Airlines, a fabricante Boeing, a Rolls-Royce (responsável pelos motores) e o grupo segurador Allianz. Para as famílias, a retomada das operações reacende a esperança de que, enfim, haja alguma forma de encerramento para uma década de incertezas.
Com a nova busca, autoridades e especialistas esperam que o avanço tecnológico empregado pela Ocean Infinity permita localizar o que nenhum esforço anterior conseguiu encontrar: a região exata onde o MH370 caiu e, possivelmente, pistas determinantes sobre o que ocorreu naquele 8 de março de 2014.
