Mario Monti é nomeado novo premiê da Itália
Antes de comear a governar no lugar de Berlusconi, o economista Mario Monti precisa escolher um gabinete e sua nova administrao deve garantir maioria no parlamento
O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, pediu formalmente ao economista Mario Monti que forme um governo de emergência para implementar importantes medidas econômicas necessárias para impulsionar o país para fora da crescente crise da dívida. Antes de começar a governar, Monti precisa escolher um gabinete e sua nova administração precisa garantir maioria no parlamento.
Monti tem o apoio da oposição de centro-direita e de muitos membros do partido conservador do atual primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, que fica no cargo até a posse formal de Monti.
Em pronunciamento, Monti afirmou que o contexto econômico europeu e global é "problemático". Ele disse que a Itália precisa ser um "elemento de força, não de fraqueza" na União Europeia (UE) para ajudar a conter a crise da dívida na região.
Monti declarou que seus esforços vão se concentrar na correção das finanças públicas da Itália e na tentativa de impulsionar o crescimento econômico. Ele acrescentou que vai prestar atenção a questões de "justiça social e intergeracionais". Segundo Monti, há alguns "aspectos de emergência" na situação atual, mas a Itália "pode superá-los com o esforço comum". Monti prometeu fazer um bom trabalho o mais rápido possível.
Napolitano, por sua vez, pediu unidade política ao país e disse que a Itália não poderia ter um "vácuo no poder" que uma eleição antecipada criaria. "Precisamos adotar medidas urgentes, começando com aquelas já acordadas com a União Europeia", afirmou o presidente. "Precisamos restaurar a confiança dos investidores e das instituições europeias."
Berlusconi
Depois de renunciar, Berlusconi afirmou neste domingo que pretende apoiar o novo "governo técnico de alto nível" liderado pelo economista Mario Monti, como parte dos esforços para salvar o euro da crise econômica global. Ele defendeu sua carreira política de 17 anos e insistiu que a lei de orçamento de 2012, aprovada na semana passada, contém reformas econômicas que preenchem mais da metade das demandas feitas pelos parceiros da União Europeia (UE).
"Fizemos todo o possível para salvar nossas famílias e companhias da crise global", disse Berlusconi, em mensagem transmitida nacionalmente pela televisão. "A crise está em todos os lugares, não está afetando apenas a Itália", acrescentou.
Berlusconi, que renunciou no sábado, mas continua no cargo até que um novo premiê seja nomeado, disse que vai apoiar Monti, partindo do princípio de que sua administração terá "amplo suporte parlamentar bipartidário". Segundo ele, sua saída e o ato de oferecer apoio a um governo técnico vão exigir dos adversários políticos que evitem "a insensatez geral e os insultos gratuitos", referindo-se a manifestações.
O primeiro-ministro deixou claro que não está abandonando a política. Berlusconi afirmou que não vai "se render" até que ele e seus apoiadores tenham tido sucesso em modernizar a Itália em sua arquitetura institucional, judicial e fiscal, erradicando todas as relíquias ideológicas e corporativistas. "A Itália tem se acostumado a um sistema de alternância bipolar agora e quem quer que seja o próximo governo, não pode abandonar nossa soberania e autonomia nacional", disse.
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