Ministro alemão chama população para luta contra o racismo
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas (foto), disse neste domingo (2) que a população de seu país é muito vaga no combate ao racismo e na luta pela democracia. "Temos que levantar da cadeira e abrir a boca", declarou em entrevista ao jornal "Bild am Sonntag"
247, com AP - O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas (foto), disse neste domingo (2) que a população de seu país é muito vaga no combate ao racismo e na luta pela democracia. "Temos que levantar da cadeira e abrir a boca", declarou em entrevista ao jornal "Bild am Sonntag".
"Nossa geração recebeu liberdade, um Estado de direito e democracia como um presente. Não tivemos que lutar por isso, (agora) estamos muito apáticos", disse ele.
As declarações de Maas chegaram um dia depois que dois protestos percorreram a cidade de Chemnitz, no leste da Alemanha, no sábado.
Cerca de 4.500 manifestantes de ultradireita protestaram contra a imigração uma semana após o assassinato de um cidadão alemão, enquanto cerca de 4.000 pessoas participavam de um contra-protesto na cidade. As autoridades mobilizaram 1.800 policiais para manter os grupos separados.
Dezoito pessoas, entre elas três policiais, ficaram feridas durante as marchas, que às vezes eram muito tensas, especialmente depois que a polícia encerrou antecipadamente um protesto de grupos de extrema direita. Depois que as mobilizações terminaram, pequenos grupos se confrontaram, disse a polícia.
Soeren Bartol, um parlamentar social-democrata, twittou que após o fim dos protestos, ele e seu grupo "foram atacados por nazistas" que destruíram suas bandeiras do partido e agrediram fisicamente alguns deles.
Ativistas de direita e grupos de esquerda entraram em confronto em Chemnitz na segunda-feira da semana passada, um dia após a morte de um alemão de 35 anos. Cenas de vigilantes que perseguem estrangeiros nas ruas da cidade chocaram as pessoas em outras partes da Alemanha desde então.
A tensão que se acumulou durante a semana passada em Chemnitz reflete a crescente polarização sobre o esforço contínuo da Alemanha para chegar a um acordo com a chegada de mais de 1 milhão de refugiados e migrantes em busca de trabalho desde 2015.
A extrema direita tem criticado a decisão da chanceler Angela Merkel de permitir o ingresso de centenas de milhares de solicitantes de asilo de países devastados pela guerra, como Síria, Iraque e Afeganistão.
Nesta segunda-feira (3), milhares de pessoas devem viajar novamente para Chemnitz, desta vez para assistir a um concerto ao ar livre cujo tema é contra o nacionalismo de extrema direita e o preconceito contra os imigrantes.
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