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Não há consenso sobre a "fórmula de paz" de Zelensky, diz Celso Amorim

Assessor especial do presidente Lula enfatizou que a posição da Rússia não pode ser ignorada. "É impossível ignorar as preocupações da Rússia. Elas são reais"

Celso Amorim e Zelensky (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | REUTERS/Aleksandra Szmigiel)

TASS - Não há consenso sobre a "fórmula de paz" promovida pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou o assessor especial brasileiro para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, em uma reunião com a imprensa estrangeira na quarta-feira (2).

"Uma rodada regular de conversas na Arábia Saudita será um seguimento da reunião de Copenhague, na qual a Ucrânia convidou pela primeira vez países em desenvolvimento para negociar. No entanto, [Kiev] deseja apenas discutir sua própria proposta. Durante a discussão, envolvendo grandes países em desenvolvimento como Índia, África do Sul, Brasil, Arábia Saudita até certo ponto, e até mesmo o membro da Otan, Turquia, ficou claro que é impossível formar um consenso em torno da proposta ucraniana," disse Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa do Brasil.

Segundo Amorim, o diálogo com o Ocidente sobre esta questão é prejudicado pelo fato de Kiev não estar disposta a ouvir o ponto de vista oposto. No entanto, o oficial acredita que a próxima rodada de conversas em Jeddah é crucial, embora ele não vá viajar para a Arábia Saudita e pretenda participar da reunião por meio de videoconferência.

O assessor especial do presidente brasileiro enfatizou que a posição da Rússia não pode ser ignorada.

"É impossível ignorar as preocupações de segurança da Rússia. Elas são reais. Ou você está tentando provocar a Rússia?" Perguntou Amorim, apreciando o que ele viu como esforços positivos por parte dos países africanos para resolver a crise na Ucrânia.