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Neofascismo, o espectro que ronda a Europa

Ataque terrorista em Osloexpe a ascenso do radicalismo de extrema direita

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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Dessa vez, o terrorismo não é islamita. Ele tem olhos azuis, cabelos loiros e é europeu. Desde o 11 de setembro, as atenções do ocidente se voltaram contra a Al-Qaeda. Enquanto isso, um movimento da extrema-direita foi se estruturando no Velho Continente. Hoje ele se divide em duas frentes : os partidos oficiais e os radicais autônomos. O discurso é basicamente o mesmo. O que munda é a intensidade de suas ações.

Descrito pela polícia como um fundamentalista cristão, Anders Behring Breivik, responsável pelo atentado à bomba de Oslo e da fuzilada na ilha de Utoya, aderiu ao Partido Progressista em 1999. Nos últimos anos, no entanto, o partido evoluiu da extrema-direita mais conservadora para um populismo que se diz mais frequentável – a ponto de conquistar um quarto dos assentos parlamentares nas últimas eleições. Uma trajetória que pode explicar a saída de Breivik em 2006.

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A expemplo da Noruega, uma nova direita radical surgiu na Europa. Uma direita desinibida, que rompe com símbolos, rituais e linguagem da extrema-direita tradicional. Ela propõe uma receita econômica liberal, valores familiares, defesa da liberdade e de minorias e rejeição à União Europeia. Tudo isso ligado a uma islamofobia quase patológica. Outra característica comum e inquietante: ela seduz cada vez mais jovens.

A lista de partidos que integram a extrema-direita ainda é objeto de divergências entre especialistas. Entre eles estão: Liga do Norte, na Itália, o Partido do Povo Dinamarquês, na Dinamarca, o Partido Popular, na Bélgica, o PVV, na Holanda, a União Democrática, na Suíça, e, finalmente, a Frente Nacional, na França.

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Por mais discreto que o discurso néo-nazista tenha se tornado, o ódio aos imigrantes – leia-se muçulçanos, é evidente. A Liga do Norte ressalta em seu programa as "raízes cristãs e humanistas da Europa". Para Marine Le Pen, do FN, o Islã ameaça o secularismo. A União Democrática obteve seu sucesso com campanhas islamofóbicas, incluindo a mais recente, « a votação contra os alto-falantes das mesquitas », que deixou a opinião dividida na Suíça.

Mas existe um linha da extrema-direita ainda mais radical que tem se estruturado à margem da sociedade, principalmente em fóruns néo-nazistas da internet. A polícia os chama de « lobos solitários ». Nessa lista fazem parte lunáticos como Anders Breivik e Maxime Brunerie, o homem que no dia 14 de julho de 2002 tentou matar o presidente francês Jacques Chirac. Eles seguem a ideologia da resistência sem líderes.

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Esse conceito foi criado pela extrema direita norte-americana na década de 1970. Alvos ideológicos mudaram ao longo do tempo. Mas na lista de inimigos estão estrangeiros, judeus, muçulmanos e pessoas que pertencem a elites multiculturais. Para atingir seus propósitos, disse Joseph Tommasi, fundador de um pequeno grupo neo-nazista Estados Unidos, o defensor da raça branca deve agir como um lobo solitário.

Em seu relatório publicado no ano passado, a Europol afirma que a maior ameaça terrorista no Velho Continente ainda está vinculada ao islamismo radical. A agência europeia, no entanto, detectou diversos ataques de autoria de ativistas da extrema direita nos últimos anos. Na Hungria, três atentados foram interceptados em 2009. Na França, seis pessoas foram presas por atividades neo-nazistas no mesmo ano. A polícia interveio de forma semelhante na Grã-Bretanha, República Tcheca e Alemanha. Com os suspeitos, foram apreendidos "listas de inimigos", explosivos e material de propaganda.

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Segundo investigadores britânicos, a resistência sem líder é mais difícil de monitorar porque é baseada em indivíduos que preparam sozinhos, obsessivamente, seus ataques. E a internet tem sido usada por eles como a principal arma para coletar informações sobre alvos – localização, familiares e dados pessoais.

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