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      O parque que pode valer muito

      O primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, que sempre esteve ao lado da oposição síria, não crê que sua vez na "Primavera" tenha chegado

      Luiz Gustavo  Sprovieri avatar
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      No país muçulmano mais democrático (teoricamente), os ecos da Primavera Árabe chegaram. Por lá, o movimento virou "Primavera Turca".

      A Turquia já está em seu sexto dia de violentos protestos. Até agora são dois mortos e mais de mil feridos. E não parece que a intensidade das manifestações vai diminuir no curto prazo.

      O caso de Ancara é interessante. Tem no poder desde 2002 o premiê Recep Erdogan, que deu novo dinamismo econômico à nação. Hoje, a maioria dos fóruns relevantes internacionais tem a presença da Turquia. No campo diplomático o país também se fortaleceu depois de anos de ostracismo.

      Como nem tudo é perfeito, o primeiro-ministro sempre mostrou grande "apego" ao poder. A oposição o acusou frequentemente de tentar "islamizar" a sociedade turca, altamente secular depois do governo do general Ataturk, no início do século passado.

      Mesmo com força política, a população nunca aprovou certos deslizes de Erdogan, como mudanças na Constituição que quis fazer e a recente lei aprovada que proíbe a venda e propaganda de bebida alcoólica.

      A insatisfação, sempre existente, estava controlada até o episódio do Parque Gezi. O local é praticamente a última área verde de Istambul, berço político de Erdogan (foi prefeito de 94 a 98). Qual o desejo do premiê? Acabar com tudo e construir uma réplica de um abrigo militar da época do Império Otomano (sua grande paixão) e erguer um imenso shopping.

      Os protestos locais ganharam força no país à medida que a polícia passou a reprimir com "exagerado entusiasmo" as manifestações.

      Do lado oficialista, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Da parte "rebelde", barricadas, queima de lixo e bloqueio de ruas. O cenário perfeito para a desordem.

      Recep, que sempre esteve ao lado da oposição síria, não crê que sua vez na "Primavera" tenha chegado. A CNN informou que 67 das 81 províncias do país registram protestos. Se não houver diálogo, a tensão só vai crescer e deixar região ainda mais instável.

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