CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mundo

O que Dilma pode ensinar a François Hollande?

Em viagem à França, o Brasil pode trazer muito mais do que um contrato de compra de caças. Numa comparação entre os dois socialistas, imprensa francesa pede que seu presidente se espelhe em Dilma. Enquanto ele combate a crise com aumentos de impostos, ela promove desonerações fiscais; reportagem de Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris

O que Dilma pode ensinar a François Hollande?
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, cumpre hoje agenda na França para participar do seminário Fórum pelo Progresso Social - O Crescimento como Saída para a Crise, promovido pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès (Leia aqui). Muito além da promessa de fechar o contrato de compra bilionária de 36 caças franceses para a Força Aérea Brasileira, Dilma poderá reforçar seu papel de líder internacional diante do presidente François Hollande, que ainda não encontrou um rumo desde que tomou posse.

Hollande assumiu a França num contexto de saturação da direita e estouro de uma forte crise econômica. Foi considerado a maior promessa contra a austeridade fiscal de Angela Merkel e o símbolo de uma revolução no bloco.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

No entanto, poucos meses depois, a esperança se frustrou e Hollande tem se mostrado apagado.

Na contramão, Dilma Rousseff, que não é europeia, trouxe para si a responsabilidade da oposição.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Em julho deste ano, o jornal "Les Echos" fez uma comparação interessante do modo de governar desses dois socialistas. Quem seria o mais radical?

A publicação lembra o passado revolucionário da presidente nos anos 60 e de sua participação em atos terroristas com grupos armados de caráter marxista.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Mais à esquerda do que Dilma, impossível."

Do outro lado do Atlântico, François Hollande, um socialista dentro das normas.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A grande ironia apontada é que a mulher ‘que veio da prisão para ser presidente do Brasil’, percebeu que governar exige pragmatismo.

Holanda eleito há pouco tempo já deixou a sua marca. Prioridade para o desenvolvimento social e aos sindicatos. Uma política intratável contra empresários que ousarem reduzir seus efetivos. Mais recentemente, ameaçou nacionalizar a força a Mittal.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Por sua vez, Dilma, segundo o Les Echos, teve o cuidado de não pintar empresários como inimigos do proletariado. As greves brasileiras não têm o caráter de guerra social com na França.

Mas o ponto maior de divergência está no modo de lidar com a crise econômica.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Hollande defende o aumento de impostos. Dilma optou pelo caminho oposto para estimular a economia, concedendo desonerações fiscais aos empresários.

Quem está certo? 

"Les Echos" aponta, sem dúvida, o Brasil, porque, segundo o jornal, deve-se primeiro criar o crescimento econômico para depois gastar com o social.

Leia, abaixo, noticiário da Agência Brasil sobre a agenda de Dilma em Paris:

Dilma conversa na França sobre efeitos da crise econômica internacional

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff tem o dia hoje (10) em Paris, na França, sem compromissos oficiais. Ela cumprirá, no entanto, agenda intensa até quarta-feira (12) quando viaja para Moscou, na Rússia.

Em Paris, Dilma terá reunião amanhã (11) com o presidente da França, François Hollande, e o presidentes da Assembleia Nacional (o
equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil), Claude Bartolone. A presidenta participará de um seminário ao lado de Hollande, no qual
estará também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nas conversas, Dilma deverá mencionar os efeitos da crise econômica internacional, que atinge principalmente os países da zona do euro (17
países que adotam a moeda única), projetos na área de defesa, pois os franceses negociam a venda de caças para o Brasil, e de ciência, tecnologia e inovação.

Em junho, durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no Rio de Janeiro, Dilma e Hollande conversaram. Para negociadores franceses e brasileiros, um dos temas em pauta na reunião de amanhã é a venda de 36 caças franceses para o Brasil.

Em agosto, os ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Celso Amorim, da Defesa, reuniram-se com autoridades francesas para conversar sobre o assunto. Os Rafale, da fabricante francesa Dassault, concorrem com os F/A-18E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing, e com os Gripen NG, da sueca Saab. Mas o processo ainda está indefinido.

Amanhã (11), Dilma e Hollande participam do seminário Fórum pelo Progresso Social - O Crescimento como Saída para a Crise, promovido
pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès. O seminário busca promover uma reflexão e analisar os desafios impostos pela globalização.

No dia 12 estarão no seminário Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No total, foram convidadas 25 pessoas consideradas de
destaque internacional. Lula participará da mesa redonda Reflexões para o Futuro, e Mantega dos debates sobre justiça social em
uma economia globalizada.

Durante a viagem à França, Dilma também quer conversar sobre a ampliação de parcerias nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. Em discussão, o programa Ciência sem Fronteiras. De Paris, a presidenta segue para Moscou. A viagem à Rússia deve ser a última internacional de Dilma em 2012.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO