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O que esta vitória significa para o Brasil

A entrada de Mariano Rajoy a frente de um governo mais conservador na Espanha promete causar um grande impacto na vida dos brasileiros. Mudana no segura queda nas bolsas europeias

O que esta vitória significa para o Brasil (Foto: JUAN MEDINA/REUTERS)
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Roberta Namour – correspondente do 247 em Paris – Pelo menos 36 milhões de eleitores espanhóis ajudaram ontem a eliminar os socialistas, há sete anos no poder, com uma vitória esmagadora do Partido Popular (PP). O líder da direita, Mariano Rajoy, derrotado por duas vezes em legislativas (2004 e 2008), torna-se agora o homem encarregado de tirar a Espanha da bancarrota. Para consegui esse « milagre », ele promete endurecer o pacote de austeridade já adotado, além de reduzir o número de empresas, fundações e consórcios públicos e de sancionar administrações que mais gaste.

Para o Brasil, a entrada de um governo mais conservador na Espanha tem uma série de consequências não tão favoráveis. O País, que já era usado de coringa para neutralizar os balanços em queda das multinacionais espanholas, vai sentir um peso maior nas suas costas. Como aconteceu no Santander, que neste ano, depois de promover uma intensa remessa de recursos da filial brasileira para a sua sede mundial, optou em fazer uma emissão secundária de ações na Bolsa de Nova York com papéis que pertencem ao Santander Brasil - no valor total de R$ 4,428 bilhões de reais.

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Uma outra tendência que parece se acentuar nessa nova Espanha dilacerada pela crise é a propagação de matérias que denigrem a imagem do Brasil, que em muitos casos, são usadas para erguer barreiras comerciais entre os países. Ontem mesmo, o El País publicou uma extensa reportagem falando dos trabalhadores que são explorados pela indústria agrícola brasileira, na Amazônia.

Expor os problemas trabalhistas de outras nações ajudam a mudar o foco da colossal taxa de desemprego da Espanha, que hoje possui o maior índice entre as nações desenvolvidas - 22% da população ativa, ou seja, cinco milhões de desempregados. Para combater parte desse problema, o governo de José Luis Rodríguez Zapatero implementou em junho desse ano, a nova lei de imigração aprovada em 2009, que dificulta a vida dos ilegais no país. Entre as medidas incluídas na legislação, de 264 artigos, está a previsão de multa de até o equivalente a R$ 130 mil para quem ajudar estrangeiros sem documentos com emprego ou transporte. Para brecar a entrada de pessoas em idade de trabalhar, as novas medidas também impõem limites para quem quer levar a família para viver na Espanha.

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As fronteiras espanholas, que já não eram tão receptivas com os brasileiros, devem se fechar ainda mais. Os brasileiros foram o grupo mais barrado no aeroporto de Barajas, em Madri, em 2009, segundo dados mais recentes divulgados pelo Ministério do Interior da Espanha. De cada cinco estrangeiros barrados, um tinha passaporte brasileiro.

Enquanto os aeroportos endurecem as regras de entrada, o desempegro na Espanha causa um fluxo inverso de passageiros. De acordo com quatro relatórios que investigam as respostas dos imigrantes diante da crise, o Brasil aparece entre os três destinos preferidos de sul-americanos hispânicos (junto com Estados Unidos e Argentina) como opção para conseguir emprego.

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Uma pesquisa da agência de empregos Randstad revelou que 65% dos imigrantes ilegais na Espanha estão dispostos a trocar a Europa por outro mercado se não encontrarem trabalho até 2012. No ano passado, 48 mil imigrantes chegaram e 43 mil estrangeiros retornaram aos seus países de origem, mas 90 mil espanhóis também foram morar no exterior. O ritmo de redução é tão vertiginoso que em cinco anos o fluxo de chegada pode ser praticamente nulo.

Mesmo que indiretamente, a Espanha de Mariano Rajoy não promete dar tréguas ao Brasil nos próximos anos.

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Na Europa, a mudança não gerou um efeito positivo no mercado financeiro. As Bolsas europeias aceleravam as quedas na manhã desta segunda-feira, com perdas de 3% em Frankfurt e 2% em Paris e Madri, em um mercado afetado pela crise na Eurozona e temeroso de um bloqueio político sobre a dívida nos Estados Unidos.

A queda em Madri acontece apesar da contundente vitória eleitoral dos conservadores, liderados por Mariano Rajoy, que prometeu mais austeridade no governo.

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Outra prova do receio dos mercados é a alta dos juros dos títulos da dívida espanhola, a 6,406%, contra 6,345% na sexta-feira.

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