OMS aprova resolução contra Rússia; Brasil se abstém e critica polarização na entidade
Além do Brasil, outros 52 se abstiveram de condenar a Rússia, como África do Sul, Índia e outros países da Ásia e da África
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247 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou nesta quinta-feira, 26, uma resolução condenando a Rússia por ataques contra instalações médicas e serviços de saúde na Ucrânia e criticando a operação militar no país vizinho.
O texto da OMS contra a Rússia abre brecha para que projetos de cooperação possam ser suspensos com Moscou, e até mesmo uma exclusão maior por parte do Kremlin, segundo o jornalista Jamil Chade, do Uol.
No entanto, a decisão não foi unânime. Nada perto disso. Doze países, entre eles Cuba, China, Síria, Rússia e Coreia do Norte, votaram contra. E 53 países se abstiveram, incluindo Brasil, África do Sul, Índia e diversos outros países da Ásia e da África.
Apesar da aprovação, a votação na OMS mostra a dificuldade do Ocidente em impor sua política de boicote à Rússia ao resto do mundo, principalmente nos países mais pobres. Por isso, a OMS não buscou aprovar a exclusão de Moscou da entidade.
Segundo Chade, “o temor de Washington e Bruxelas é de que, com uma resolução mais dura, as potências não conseguissem votos suficientes para aprovar o documento. A escolha foi por uma resolução que se limita a condenar a Rússia e pedir que ataques contra profissionais de saúde e locais de atendimento cessem”.
Posição do Brasil
O Brasil, mantendo sua posição desde o início da guerra na Ucrânia, de não se comprometer contra a Rússia ou contra OTAN-Ucrânia, criticou a resolução da OMS. A delegação do Itamaraty defendeu que condenar a Rússia apenas aprofunda a polarização política e é desnecessário.
O Brasil lembrou que, em outros países em guerra, o mesmo gesto não foi realizado e que a OMS já tem sua importância em locais de conflito, portanto, não era necessário um documento específico para a Ucrânia.
O Brasil – que também se absteve na proposta russa, pedindo que todos os lados do conflito respeitassem civis e que ataques contra hospitais fossem evitados, lembrando dos ataques ucranianos a civis e hospitais no Donbass – criticou a falta de transparência por parte dos autores das resoluções. "Por isso não apoiamos nenhuma delas", declarou o Itamaraty.
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