ONU celebra 75 anos da carta de fundação, em meio a novos desafios
Em meio às difíceis circunstâncias globais geradas pela pandemia da Covid-19, a ONU comemorou nesta sexta-feira (26) o 75º aniversário da Carta das Nações Unidas, o documento que deu origem à organização multilateral
247 - A comemoração do 75º aniversário da ONU é uma oportunidade para refletir sobre o significado da Carta, não apenas para hoje, mas para as próximas décadas, de acordo com o presidente da Assembleia Geral em sua 74ª sessão, Tijjani Muhamad-Bande.
Por sua vez, o secretário-geral António Guterres disse que ao celebrarmos 75 anos deste documento histórico que orientou as relações internacionais, devemos reimaginar a forma como as nações cooperam, informa a Prensa Latina.
Como o mundo enfrenta uma pandemia global, as pessoas estão levantando, com razão, suas vozes contra o racismo, a abordagem dos problemas é apenas um começo, 'nós também temos que resolvê-los', disse a manchete de um vídeo institucional da ONU.
A Carta das Nações Unidas fornece um guia i para enfrentar nossos desafios comuns e resolver as fragilidades do mundo, disse Guterres.
Embora o documento tenha sido assinado há 75 anos, seus princípios soam como verdadeiros ainda hoje, afirmou o secretário-geral.
'A fé nos direitos humanos fundamentais, a igualdade de direitos entre homens e mulheres, a dignidade e o valor de cada indivíduo, o direito internacional e melhores padrões de vida em maior liberdade são valores duradouros que nos conduzirão a um novo futuro', afirmou.
Guterres também enfatizou a necessidade de fortalecer o multilateralismo para enfrentar os desafios atuais, não apenas para atender às necessidades imediatas, mas para permitir que as gerações futuras possam atender às suas.
O diplomata português lembrou que a Carta das Nações Unidas foi assinada em São Francisco, Estados Unidos, em um momento de tumulto colossal e de risco global.
Agora também vivemos tempos difíceis, acrescentou, da pandemia de Covid-19 à mudança climática, da injustiça racial à crescente desigualdade, somos um mundo em tumulto.
Devemos preservar a vitalidade da Carta, cujos valores tornaram possível evitar o flagelo de uma terceira guerra mundial, como muitos temiam, sublinhou.
Mas, em sua opinião, o multilateralismo de hoje carece de escala, ambição e força, e ele mencionou, por exemplo, as dificuldades dentro do Conselho de Segurança.
'Precisamos de um multilateralismo inclusivo, que aproveite as contribuições indispensáveis da sociedade civil, das empresas, das cidades, das regiões e, em particular, que dê mais peso às vozes dos jovens'.