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Os americanos vão dançar contra a censura

Protesto contra limites liberdade de expresso leva 2,8 mil ao Thomas Jefferson Memorial neste sbado

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Rodolfo Borges_247, de Washington - Os americanos querem dançar. No Thomas Jefferson Memorial. Neste sábado, pelo menos 2,8 mil deles prometem se reunir às 12h numa festa em torno da estátua do principal autor da Declaração de independência dos Estados Unidos num protesto contra a proibição de dançar nos monumentos de Washington. O encontro, combinado via Facebook, é uma reação à prisão de cinco "dançarinos" no último sábado, 28 de março. O vídeo que registrou as detenções no memorial, feito pelos próprios manifestantes, circula na internet desde então e, apesar de parecer uma grande bobagem, ganhou os jornais na forma de uma discussão sobre a prezada liberdade de expressão e sua correspondente Primeira Emenda.

Entre os manifestantes detidos no último sábado estavam o veterano da Guerra do Iraque Adam Kokesh e Medea Benjamin, co-fundadora do Code Pink, uma organização pacifista composta em sua maior parte por mulheres. Ambos são tidos como notórios agitadores e organizaram o protesto contra a decisão da Justiça americana de proibir a dança nos memoriais. De acordo com a Corte, a dança nos memoriais é proibida porque é um tipo de performance que "cria seu próprio centro de atenção e distração da atmosfera de comemoração solene".

A pendenga começou em 2008, quando 18 pessoas se reuniram no mesmo memorial para um flash mob em homenagem ao 265º aniversário de Jefferson. Os amigos dançaram sem música até a polícia pedir para que eles deixassem e local e, diante da negativa, foram algemados. Uma das dançarinas processou a polícia evocando a Primeira Emenda (no que diz respeito à proteção da liberdade de expressão), mas perdeu depois de apelar duas vezes. A última perda levou ao baile de 28 de maio.

Os manifestantes classificam o governo americano como nazista e convidam no Facebook para a Dance Party @ TJ’S!!!: "Venha dançar com a gente! Não precisa se arriscar a ser preso, você pode dançar nos degraus do lado de fora em apoio ou se unir a nós na desobediência civil no memorial!". A polícia de Washington promete uma operação especial para o sábado, mas não deu detalhes sobre como deve agir.

Segundo a imprensa local, a história mostra que Thomas Jefferson aprovaria a dança em um monumento em sua memória, tendo em vista que ele promovia bailes desse "exercício saudável, elegante e muito atraente para os jovens", nas palavras do próprio Jefferson. Em tempos de recessão, que, nos cálculos do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, devem levar o governo à bancarrota em agosto, até que um ameno debate sobre a liberdade de dançar no mármore dos monumentos não parece uma ideia tão ruim assim.

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