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      Papa pede "ação agora" para conter aquecimento e ajudar os pobres

      No primeiro documento papal dedicado ao meio ambiente, a encíclica "Laudato Si (Seja Louvado), Sobre o Cuidado da Casa Comum", Francisco cobra ação rápida para salvar o planeta da ruína ambiental, fazendo um apelo aos líderes mundiais para ouvirem "o grito da terra e o grito dos pobres" e colocando a Igreja Católica no meio das controvérsias políticas sobre as mudanças climáticas

      Papa Francisco acena em audiência no Vaticano. 17/6/2015. REUTERS/Max Rossi (Foto: Gisele Federicce)
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      Por Philip Pullella

      CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco cobrou nesta quinta-feira uma ação rápida para salvar o planeta da ruína ambiental, fazendo um apelo aos líderes mundiais para ouvirem "o grito da terra e o grito dos pobres" e colocando a Igreja Católica no meio das controvérsias políticas sobre as mudanças climáticas.

      No primeiro documento papal dedicado ao meio ambiente, o papa pede por uma "ação decisiva, aqui e agora" para deter a degradação ambiental e o aquecimento global, diretamente apoiando cientistas que dizem ser provocado principalmente pela ação humana.

      Na encíclica "Laudato Si (Seja Louvado), Sobre o Cuidado da Casa Comum", Francisco pede uma mudança do estilo de vida nos países ricos de uma cultura de consumo "descartável" e o fim de "atitudes obstrucionistas" que às vezes colocam o lucro acima do bem comum.

      O pronunciamento papal mais controverso em meio século já atraiu a ira dos conservadores, incluindo vários candidatos presidenciais republicanos dos Estados Unidos, que repreenderam Francisco por se aprofundar em ciência e política. Mas o primeiro papa da América Latina, que escolheu seu nome tomando como referência São Francisco de Assis, o patrono da ecologia, diz que proteger o planeta é um "imperativo" moral e ético para os fiéis e não fiéis, que deveria suplantar interesses políticos e econômicos.

      No chamado ao rebanho católico, de 1,2 bilhão de pessoas no mundo, o documento papal mais polêmico desde a encíclica Humanae Vitae, do Papa Paulo 6º, em 1968, que defendeu a proibição da contracepção, poderia estimular católicos do mundo a pressionarem as autoridades políticas sobre questões de meio ambiente e mudanças climáticas.

      O pontífice, de 78 anos, nascido na Argentina, denuncia na encíclica que a "miopia da política de poder" adiou medidas ambientais de longo alcance e diz que "muitos daqueles que possuem mais recursos e poder econômico ou político parecem mais preocupados em mascarar os problemas ou esconder seus sintomas".

      Após o papa dizer que deseja influenciar a decisiva cúpula do clima da ONU deste ano, em Paris, a encíclica consolida ainda mais o seu papel como um interlocutor na diplomacia mundial, depois da mediação que levou Cuba e Estados Unidos à mesa de negociações do ano passado.

      Francisco contesta aqueles que argumentam que "a tecnologia vai resolver todos os problemas ambientais (e que) a fome e a pobreza serão solucionadas simplesmente com o crescimento do mercado".

      O tempo está se esgotando para salvar um planeta que "começa a parecer mais e mais como uma imensa pilha de sujeira" e que podia ver "uma destruição sem precedentes dos ecossistemas" neste século, diz o texto. "Uma vez mais, temos de rejeitar uma concepção mágica do mercado, que poderia sugerir que os problemas podem ser resolvidos simplesmente por um aumento nos lucros de empresas ou indivíduos."

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