Para Nobel da Paz, Venezuela tornou-se uma “autocracia”
Ex-presidente da Costa Rica Óscar Arias diz que os governantes de países da América Latina deveriam pressionar o governo venezuelano a parar de cercear as liberdades no país; "O caso venezuelano é o caso de um país onde, por meio de eleições, um partido político toma o poder para enfraquecer as instituições democráticas, acabando com a separação de poderes. Todos são controlados pelo poder Executivo, deixando de ser uma democracia para converter-se em uma autocracia", disse
247 - O ex-presidente da Costa Rica e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Óscar Arias, afirmou que os governantes de países da América Latina deveriam pressionar o governo venezuelano a parar de cercear as liberdades no país. Arias, que esteve em São Paulo participando de um simpósio sobre paz, disse que parte da violência hoje registrada em diversos países da América Latina, como Guatemala, El Salvador e Honduras, está diretamente relacionada aos conflitos armados vividos por estes países na década de 80 e que "israelenses e palestinos perderam a oportunidade no passado de alcançar o acordo de paz". O costa-riquenho também defendeu a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos. Segundo ele, a reaproximação é algo "maravilhoso e parece que o presidente Barack Obama fez o que tinha de fazer".
"O caso venezuelano é o caso de um país onde, por meio de eleições, um partido político toma o poder para enfraquecer as instituições democráticas, acabando com a separação de poderes. Todos são controlados pelo poder Executivo, deixando de ser uma democracia para converter¬se em uma autocracia. Eliminou-se liberdades importantes que caracterizam um regime democrático, com liberdade de expressão. Censuraram a imprensa, ou expropriaram os meios de comunicação. Acabaram com as eleições livres", afirmou Arias. Segundo ele, apesar disso, "a América Latina, incluindo o Brasil, aguarda em silêncio inexplicável, injustificável", disse em entrevista ao Estadão.
Confira aqui a entrevista concedida por Óscar Arias ao Estadão.
