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Partido Trabalhista da Inglaterra bane Jeremy Corbyn de disputar eleições com base em acusações falsas

Setores da direita no partido e na sociedade civil vêm há anos pressionando pelo cancelamento de Corbyn, o líder esquerdista do Reino Unido de maior expressão

Jeremy Corbyn (Foto: REUTERS/HENRY NICHOLLS)

247 - O ex-líder do Partido Trabalhista inglês Jeremy Corbyn foi banido de disputar eleições pelo Comitê Executivo Nacional (NEC, na sigla em inglês) da própria sigla. A moção foi movida pelo atual líder trabalhista, Keir Starmer. 

A decisão baseia-se em acusações de antissemitismo contra outros membros do Partido Trabalhista durante o período em que Corbyn chefiou a sigla. O próprio Corbyn nunca foi acusado de proferir declarações antissemistas, mas foi alvo de acusações indiretas coordenadas por setores direitistas do partido e da sociedade civil. 

As próprias acusações contra membros do Partido baseiam-se, em grande parte, em críticas feitas por membros ao Estado de Israel, que conduz uma política genocida e de apartheid contra os palestinos. Israel é governada atualmente pela extrema direita e, de acordo com a posição de seus ministros e primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a Palestina "não existe". 

Corbyn, que deve agora disputar eleições como um candidato independente, qualificou a decisão do NEC como "vergonhosa" e disse que o órgão desprezou seus milhões de eleitores.

"A decisão do NEC de bloquear minha candidatura para Islington North é um ataque vergonhoso à democracia do partido, aos membros do partido e à justiça natural.

"Quando eu era líder do Partido Trabalhista, estava determinado a construir um movimento liderado por membros que desse esperança a uma nova geração.

"A ação vergonhosa de hoje mostra desprezo pelos milhões de pessoas que votaram em nosso partido em 2017 e 2019 e desmotivará aqueles que ainda acreditam na importância de um governo trabalhista transformador.

"Agora, mais do que nunca, devemos oferecer uma alternativa ousada ao programa de pobreza, divisão e repressão do governo", disse o líder esquerdista.