Pepe Escobar: as Novas Rotas da Seda definem a marca China no mundo

Em matéria publicada no Asia Times nesta quinta-feira (4), o jornalista Pepe Escobar afirma que as Novas Rotas da Seda, também conhecidas como Iniciativa Cinturão e Rota ou Belt and Road Initiative (BRI), serão o eixo estratégico da política externa chinesa para as próximas três décadas, definindo a marca China no mundo. "As Novas Rotas da Seda simbolizam muito mais do que ferrovias de alta velocidade cruzando a Eurásia, ou um labirinto de estradas, dutos e conectividade portuária. Elas representam uma aliança chinesa com pelo menos 65 países participantes, responsáveis ​​por 62% da população mundial e 31% de seu PIB"

Pepe Escobar: as Novas Rotas da Seda definem a marca China no mundo
Pepe Escobar: as Novas Rotas da Seda definem a marca China no mundo (Foto: Reuters UK)


247 - Em matéria publicada no Asia Times nesta quinta-feira (4), o jornalista Pepe Escobar afirma que as Novas Rotas da Seda, também conhecidas como Iniciativa Cinturão e Rota ou Belt and Road Initiative (BRI), serão o eixo estratégico da política externa chinesa para as próximas três décadas, definindo a marca China no mundo. "As Novas Rotas da Seda simbolizam muito mais do que ferrovias de alta velocidade cruzando a Eurásia, ou um labirinto de estradas, dutos e conectividade portuária. Elas representam uma aliança chinesa com pelo menos 65 países participantes, responsáveis ​​por 62% da população mundial e 31% de seu PIB", afirma Escobar.

Para se ter uma ideia das dimensões, a Iniciativa abrange Eurásia e África, estende-se até a América Latina, e pretende reforçar o capital político da China em todos os campos: "da estratégia de comunicação à infraestrutura, finanças, cultura, educação e relações geopolíticas entre os estados", escreve Escobar. O que, inevitavelmente, incomoda os Estados Unidos.

"Como a China é a única nação no mundo que desenvolveu uma estratégia quase global em termos de comércio e investimento, a BRI está permitindo que a China molde o que Washington define como o sistema internacional ´baseado em regras´ de modo mais próximo de suas prioridades. O contexto econômico global, lenta mas seguramente, estará se adaptando ao que a BRI representa. Portanto, não é surpresa que, do ponto de vista anglo-americano, o ataque à BRI seja agora uma indústria caseira. O BRI é rotineiramente ridicularizado como neocolonialismo e escravidão por dívida, declarado ´morto´ na Malásia - e em breve morto no Paquistão e no Sri Lanka", explica Escobar.

O jornalista cita o livro "O Ocidente Perdeu?", do ex-embaixador de Singapura nas Nações Unidas, Kishore Mahbubani, para argumentar que os ataques ao BRI estão ligados ao inevitável fim da hegemonia geopolítico e geoeconômico do Ocidente, que dará lugar a uma nova ordem mundial estabelecida no Oriente, dominada sobretudo pela China e Índia. "Agora imagine o Ocidente arrogante ter de se adaptar a um novo normal que responde a uma maneira confucionista - ou mesmo hindu - de organizar a sociedade. A única resposta americana até agora foi o lançamento de uma guerra comercial autodestrutiva", escreve Escobar.

Leia a coluna na íntegra em inglês.

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