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Polemista é condenado à prisão na Suíça por chamar jornalista de "lésbica gorda"

Escritor Alain Soral foi condenado a 60 dias de prisão por difamação contra uma jornalista

Alain Soral (Foto: Reuters)

247 - Um tribunal da Suíça condenou o polemista franco-suíço Alain Bonnet, conhecido como Alain Soral, a 60 dias de prisão. A decisão ocorreu após Soral ter direcionado ofensas contra a jornalista Catherine Macherel, dos periódicos suíços Tribune de Geneve e 24 Heures.

O episódio aconteceu há dois anos, quando Soral publicou um vídeo nas redes sociais, onde rotulou Macherel como uma "lésbica gorda", questionou sua integridade profissional e aludiu ao seu trabalho como um mero "ativismo queer". Além das críticas, ele foi além ao afirmar que a jornalista estava "descontrolada".

A emissora pública suíça, RTS, destaca que o tribunal de Lausanne não apenas considerou os comentários de Soral difamatórios, mas também uma incitação clara ao ódio. Eric Kaltenrieder, promotor público, argumentou no julgamento que os comentários de Soral vão além da simples difamação. "Estas não são apenas palavras; são mensagens. O Sr. Soral demonstra um ódio e desprezo evidente por homossexuais", afirmou.

A sentença também incluiu o pagamento de custos judiciais e multas, totalizando milhares de francos suíços. O residente de Lausanne, onde vive desde 2019, no entanto, garantiu ao público que ele "não é um homofóbico militante, como o promotor público nos faz acreditar".

Em 2020, os suíços votaram a favor de uma legislação que proíbe a discriminação com base na orientação sexual. Grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+ aplaudiram a decisão. "Damos as boas-vindas a um forte sinal de que nem tudo é permitido na Suíça, que há limites para o ódio", disse Gaé Colussi, chefe da Pink Cross na parte de língua francesa da Suíça, quando contatado pela agência de notícias Keystone-SDA.

Esta não é a primeira vez que Soral enfrenta a justiça por suas declarações polêmicas. Ele já foi condenado diversas vezes na França por negar o Holocausto, um crime na legislação francesa. Em 2019, essa negação resultou em uma sentença de prisão para o polemista.