Pressão aumenta sobre Macron após protestos contra reforma previdenciária

Parlamentares da oposição de esquerda e centro apresentaram uma moção de desconfiança no Parlamento na tarde desta sexta-feira (17)

Um sindicalista da CGT com um cartaz contra Emmanuel Macron durante uma das manifestações contra a reforma da aposentadoria
Um sindicalista da CGT com um cartaz contra Emmanuel Macron durante uma das manifestações contra a reforma da aposentadoria (Foto: REUTERS/Eric Gaillard)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Reuters - O presidente francês, Emmanuel Macron, enfrenta nesta sexta-feira o mais grave desafio à sua autoridade desde os chamados protestos dos Coletes Amarelos, após a decisão de aprovar uma contestada reforma previdenciária sem votação, provocando distúrbios violentos durante a noite. 

Carros foram incendiados durante a noite em Paris e outras cidades francesas em manifestações envolvendo vários milhares de pessoas. Os sindicatos têm convocado trabalhadores a intensificarem os atos e bloquearam brevemente o anel viário de Paris nesta sexta-feira. 

continua após o anúncio

Um outro protesto começou em Paris no início da noite, quando os manifestantes se reuniram na Place de la Concorde, perto do prédio da Assembleia Nacional.

"Algo fundamental aconteceu, e assim, imediatamente, mobilizações espontâneas ocorreram em todo o país", disse o líder de esquerda Jean-Luc Melenchon. "Não é preciso dizer que eu os encorajo."

continua após o anúncio

A reforma previdenciária aumenta a idade de aposentadoria da França em dois anos, para 64 anos, o que o governo diz ser essencial para garantir que o sistema não quebre.

Os sindicatos e a maioria dos eleitores discordam do diagnóstico.

continua após o anúncio

Os franceses estão profundamente empenhados em manter a idade oficial de aposentadoria em 62 anos, que está entre as mais baixas dos países da OCDE.

Mais de oito em cada dez pessoas estão insatisfeitas com a decisão do governo de se esquivar de uma votação no Parlamento, e 65% querem que greves e protestos continuem, mostrou uma pesquisa da Toluna Harris Interactive para a rádio RTL.

continua após o anúncio

Seguir em frente sem votação "é uma negação da democracia... uma negação total do que vem acontecendo nas ruas há várias semanas", disse a psicóloga Nathalie Alquier, de 52 anos, em Paris. "É simplesmente insustentável."

Uma ampla aliança dos principais sindicatos da França disse que continuará a mobilização para tentar forçar o governo de Macron a recuar. Protestos ocorreram em cidades como Toulon nesta sexta-feira, e outros foram planejados para o fim de semana. Um novo dia de paralisação nacional está agendado para quinta-feira.

continua após o anúncio

Sindicatos de professores convocaram greves para a próxima semana, o que pode atrapalhar exames importantes do ensino médio.

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, disse que cerca de 310 pessoas foram presas pela polícia e prometeu reprimir os causadores de distúrbios.

continua após o anúncio

"A oposição é legítima, os protestos são legítimos, mas causar confusão não é", disse ele à rádio RTL.

Parlamentares da oposição de esquerda e centro apresentaram uma moção de desconfiança no Parlamento na tarde desta sexta (17).

continua após o anúncio

 Mas, embora Macron tenha perdido sua maioria absoluta na câmara baixa do Parlamento nas eleições do ano passado, há poucas chances dessa moção ser aprovada, a menos que uma aliança surpreendente de parlamentares de todos os lados seja formada, da extrema-esquerda à extrema-esquerda. 

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247