Protestos deixam 15 mortos no Paquistão
Manifestações muçulmanas contra insultos ao profeta Maomé tornaram-se violentas no país nesta sexta-feira, o dia muçulmano de oração; em outros países islâmicos, os protestos foram pacíficos
Por Aisha Chowdhry
ISLAMABAD, 21 Set (Reuters) - Protestos muçulmanos contra insultos ao profeta Maomé tornaram-se violentos no Paquistão, onde ao menos 15 pessoas foram mortas nesta sexta-feira, o dia muçulmano de oração. No geral, os protestos foram pacíficos em outros países islâmicos.
Na França, onde a publicação de charges denegrindo o profeta aumentou a ira despertada por um vídeo anti-islã feito na Califórnia, as autoridades proibiram todos os protestos sobre a questão.
"Estritamente não vai haver exceções. Manifestações serão banidas e interrompidas", disse o ministro do Interior, Manuel Valls.
O governo da Tunísia, comandando por islâmicos, também proibiu protestos contra as imagens publicadas pelo semanário satírico francês Charlie Hebdo. Quatro pessoas morreram e quase 30 ficaram feridas na semana passada, quando a embaixada dos EUA foi atacada em um protesto contra o filme.
Muitos políticos ocidentais e muçulmanos e clérigos pediram por calma, criticando aqueles por trás da zombaria ao profeta, mas também condenando reações violentas a isso.
Nas ruas, muçulmanos enfurecidos por ataques à sua fé falaram de uma guerra cultural com aqueles do Ocidente que colocam os direitos à liberdade de expressão acima de qualquer ofensa religiosa causada.
"Eles odeiam ele (o profeta Maomé) e mostram isso através de suas obras contínuas no Ocidente, através de seus textos, desenhos, filmes e da forma como eles lançam guerra contra ele em escolas", disse Abdessalam Abdullah, um pregador em uma mesquita no campo de refugiados palestinos Bourj al-Barajneh, em Beirute.
Os muçulmanos em geral consideram qualquer representação do profeta uma blasfêmia.
Missões diplomáticas ocidentais em países muçulmanos reforçaram a segurança antes das orações desta sexta-feira. França ordenou que suas embaixadas, escolas e centros culturais fossem fechados em diversos países.
No Paquistão, dezenas de milhares de pessoas juntaram-se aos protestos incentivados pelo governo em várias cidades, incluindo Islamabad, Karachi, Peshawar, Lahore, Multan e Muzaffarabad.
O mais sangrento dos distúrbios ocorreu na cidade de Karachi, onde três policiais e dois manifestantes foram mortos e 112 pessoas ficaram feridas, de acordo com Allah Bachayo Memon, porta-voz do ministro-chefe da província de Sindh. Ele disse que cerca de 20 veículos, três bancos e cinco cinemas foram incendiados.
Multidões incendiaram dois cinemas e saquearam lojas na cidade de Peshawar, chocando-se com a polícia, que disparou gás lacrimogêneo. Pelo menos cinco manifestantes foram feridos e o canal de televisão ARY informou que um funcionário havia sido morto.
"Nossa demanda é que quem blasfemou contra nosso profeta sagrado deverá ser entregue a nós para que possamos cortá-lo em pedaços minúsculos na frente de toda a nação", disse Mohammed Tariq Khan, um manifestante em Islamabad.
Os demais protestos seguiam pacificamente no mundo árabe, onde várias embaixadas na semana passada foram atacadas e o enviado dos EUA à Líbia foi morto nas primeiras manifestações de ira com o filme.
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