Putin, escoltado por caças russos, chega ao Oriente Médio para encontro com MbS da Arábia Saudita (vídeos)

(Reuters) - O presidente russo Vladimir Putin visita os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita nesta quarta-feira (6) e terá conversações com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, uma rara viagem ao exterior para discutir petróleo, OPEC+ e os conflitos em Gaza e na Ucrânia.

O encontro entre Putin e MbS, cujos países bombeiam um quinto do petróleo mundial, ocorre após a queda dos preços do petróleo apesar de um compromisso da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Rússia (OPEP+) para reduzir ainda mais o fornecimento.

Putin tem conversas agendadas com o presidente Sheikh Mohammed Bin Zayed Al Nahyan em Abu Dhabi e depois viajará para a Arábia Saudita para seu primeiro encontro cara a cara com MbS desde outubro de 2019.

O Kremlin disse que eles discutirão a cooperação energética, incluindo como parte da OPEP+, cujos membros bombeiam mais de 40% do petróleo mundial.

"A coordenação estreita entre Rússia e Arábia Saudita neste formato é uma garantia confiável para manter uma situação estável e previsível no mercado global de petróleo", disse o Kremlin.

Eles também discutirão a guerra na Faixa de Gaza, a situação na Síria e no Iêmen, e questões mais amplas de estabilidade no Golfo, disse o Kremlin. Um assessor do Kremlin disse que a Ucrânia também seria discutida.

As relações entre a Arábia Saudita e a Rússia dentro da cooperação OPEP+ têm sido por vezes tensas, e um acordo sobre cortes quase foi rompido em março de 2020, quando os mercados já estavam abalados pelo início do coronavírus.

A Arábia Saudita, na época, reduziu os preços do petróleo para seus clientes, enquanto a Rússia disse que estaria livre de quaisquer obrigações de aderir às cotas de produção.

Mas as duas nações conseguiram reatar suas relações em poucas semanas, e a OPEP+ concordou com cortes recordes de quase 10% da demanda global de petróleo, para sustentar os mercados de petróleo.

Em outubro, Putin elogiou MbS e disse que, se houvesse diferenças sobre a extensão dos cortes da OPEP+, então o Kremlin buscaria consenso.