Refugiados ucranianos contam como deixaram Mariupol apesar dos ataques nazistas (vídeo)
Uma mulher contou que foi separada da filha. "Não podíamos subir e voltar para buscar nossa filha", disse ela, acrescentando que agora não tem contato com ela
247, RT e Sputnik - O Ministério da Defesa russo divulgou nesta segunda-feira, 7, um vídeo com relatos de várias pessoas que conseguiram deixar Mariupol, cidade controlada pelo Batalhão Azov, milícia nazista incorporada no exército ucraniano.
Os refugiados contaram como está a situação na cidade e como conseguiram sair dela apesar das agressões dos nacionalistas que tentam manter os cidadãos nas cidades para usá-los com escudo humano contra as tropas russas.
Os refugiados descreveram como foram deixados "sem nada". "[Temos] o que levamos, apenas cobertores, documentos, isso é tudo", disseram eles.
Uma mulher contou que foi separada da filha porque "começou o bombardeio". "Não podíamos subir e voltar para buscar nossa filha", disse ela, acrescentando que agora não tem contato com ela. "Não há comunicação. Não há contato com Mariupol. Não há nada", disse ele.
Além disso, uma pessoa destacou que os nacionalistas ucranianos cobriram com pedras e grandes galhos “caminhos que podiam ser percorridos, estradas rurais”, impedindo a passagem de qualquer veículo.
Essa mesma testemunha afirmou que muitas pessoas apoiam a Rússia, "mas não dizem nada sobre isso para evitar problemas, porque é muito difícil falar com esses idiotas".
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse na tarde de segunda-feira que os civis que conseguiram deixar Mariupol descreveram a situação na cidade como grave. "As pessoas estão se escondendo em porões devido à falta de eletricidade e gás nas casas, e são forçadas a cozinhar na rua, em fogueiras", disse Konashenkov.
O porta-voz observou que os nacionalistas ucranianos abrem fogo contra todos os civis que tentam deixar suas casas em Mariupol. Além disso, os nacionalistas colocam seus postos de tiro em prédios marcados com a inscrição: "Não atire, há crianças aqui!"
A situação em muitos locais da Ucrânia — especialmente nas grandes cidades — adquiriu o caráter de uma catástrofe humanitária devido à incompetência e incapacidade de Kiev para garantir o funcionamento dos corredores humanitários, declarou o centro russo de coordenação da resposta humanitária na Ucrânia.
"A incompetência e incapacidade de Kiev para garantir o funcionamento dos corredores humanitários fez com que a situação em muitas localidades da Ucrânia, especialmente nas grandes cidades, assumisse o caráter de uma catástrofe humanitária", diz comunicado.
Entre as grandes cidades ucranianas que passam por uma catástrofe humanitária estão Kiev, Chernigov, Sumy, Kharkov e Mariupol.
"A Rússia, por sua vez, fez os preparativos e garantiu totalmente a segurança nas rotas pelas quais civis e cidadãos estrangeiros seriam evacuados", disse o centro de coordenação de resposta humanitária na Ucrânia.
O governo russo disse à ONU nesta segunda-feira, 7, que a Ucrânia impede a evacuação de sua população para o território russo para que não "revelem a verdade das ações dos radicais". Os “radicais” são os grupos nazistas.
O representante russo na ONU, Vasili Nebenzia, durante uma sessão do Conselho de Segurança da entidade, disse que “o regime de Kiev, por todos os métodos disponíveis impede a saída de civis e estrangeiros que querem ir para a Rússia, porque temem que as pessoas, uma vez livres, revelem a verdade sobre as ações dos radicais ucranianos”.
Desde que os russos iniciaram uma operação militar na Ucrânia, os grupos nacionalistas ucranianos, de extrema direita, têm impedido a população de evacuar os locais que controlam. O presidente russo Vladimir Putin denunciou que Kiev usa a população como “escudo humano”, buscando promover um banho de sangue para culpar a Rússia.
Até o momento, os russos têm feito uma operação extremamente minuciosa, com poucas mortes de civis. Em acordo com o governo da Ucrânia, os russos organizaram corredores humanitários para evacuação de civis. No entanto, em algumas grandes cidades, civis estão sendo reprimidos para não irem embora. “Ameaças, intimidação, chantagem, violência física e uso de armas”, denunciou Nebenzia.
Em 24 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma "operação militar especial" no território da Ucrânia e o Ministério da Defesa russo garantiu que os ataques militares não são dirigidos contra cidades ucranianas e não colocam em risco a população civil.
Após o início da operação militar, a Ucrânia rompeu relações diplomáticas com a Rússia, impôs lei marcial em todo o território nacional, além de toque de recolher em algumas cidades, e decretou mobilização geral.
Muitos países condenaram veementemente a intervenção da Rússia na Ucrânia e ativaram várias baterias de sanções individuais e setoriais.
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