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Sarkozy e Fillon: inimigos íntimos

O primeiro-ministro francs, Franois Fillon, o cara que pode acabar com os sonhos de reeleio de Nicolas Sarkozy. E ambos so do mesmo partido

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Roberta Namour, correspondente do 247, em Paris – Nem no Partido Socialista, nem na extrema-direita. O homem que tem tirado o sono de Nicolas Sarkozy nos últimos meses dorme no quarto ao lado. Impulsionado pela impopularidade do presidente francês, o primeiro-ministro François Fillon ganhou vida própria e agora ameaça a reeleição de Sarkozy. Oficialmente, a tensão da dupla é desmentida. “Não há nenhuma sombra de dúvida sobre a questão da lealdade entre os dois homens”, afirmou Jean-Paul Anciaux, deputado do UMP, o partido de Sarkozy e Fillon. Mas nos bastidores fica claro que eles literalmente se detestam. O clima piorou ainda mais quando, no domingo passado, a pesquisa Harris Interactive, publicada no jornal Le Parisien, apontou Fillon na liderança dos candidatos que os eleitores de direita desejariam ver na disputa pela presidência em 2012. Com três pontos percentuais de vantagem, ele aparece à frente de Sarkozy. Em respostas múltiplas, 57% dos eleitores de direita desejam que o primeiro-ministro seja candidato, contra 54% de Sarkozy. Se não bastasse a dura derrota sofrida pelo UMP nas eleições locais na última semana, uma fragmentação no partido do governo parece iminente.

A falta de entendimento entre os dois se tornou pública quando o primeiro-ministro apresentou sua demissão no dia 13 de novembro do ano passado. Poucas horas depois, Sarkozy voltou a nomear Fillon para o cargo com a promessa de encarregá-lo da formação de um novo governo. Visivelmente, a decisão desceu bem amarga ao presidente. Sarko queria se livrar de Fillon, mas não teve coragem de fazê-lo. Provavelmente, ele teve medo de transformá-lo em um mártir diante da opinião pública. O primeiro-ministro sempre foi apontado como o mais rigoroso, sensato e popular da dupla.

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Desta vez, a cabeça de Fillon voltou ao debate no UMP. Os mais conservadores temem que suas ideias divergentes o tornem um forte concorrente de Sarkozy nas eleições. Outros acham que custará menos caro ao governo se ele desaparecer de cena o mais rápido possível. Há alguns dias, o primeiro-ministro foi visto aos berros com o secretário geral do partido, Jean-François Copé, em desacordo com a estratégia de reconquistar os votos do Front Nacional, partido de extrema-direita, com a rejeição a devoções religiosas. Fillon se negou a participar do debate do governo sobre o islamismo, na última terça-feira. Segundo ele a insistência na questão da identidade nacional – bandeira de governo de Sarkozy - deixou de ser uma preocupação central dos franceses e o deixa muito desconfortável.

A briga entre o chefe do UMP e do primeiro-ministro e a rivalidade com Sarkozy deixa o sentimento de que existem duas direitas que convivem mal no governo: uma pensa que é prioritário se concentrar nos assuntos econômicos e sociais, assim como defendem alguns centristas, e a outra que não quer abandonar o Front Nacional e os temas da direita. Pelo resultado das pesquisas de popularidade do número 1 e 2 do governo, não é difícil perceber quem fala a língua dos franceses.

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