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Sarkozy sai do silêncio e pede que França intervenha na Síria

Em sua primeira intervenção política após derrota na última eleição, ex-presidente francês pede "rápida ação da comunidade internacional" em relação ao conflito armado sírio, para ele muito semelhante com a guerra civil da Líbia

Sarkozy sai do silêncio e pede que França intervenha na Síria (Foto: Divulgação)
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João Novaes _Opera Mundi- O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy saiu do silêncio em sua primeira intervenção política após ser derrotado na última eleição presidencial para pedir uma "rápida ação da comunidade internacional" em relação ao conflito armado sírio. A declaração, feita através de seus assessores à imprensa francesa, ocorre em uma semana na qual vários de seus partidários passaram a pressionar o governo do socialista François Hollande a intervir no país árabe – sem especificar, mas deixando claro que se trataria de uma ação militar.

O líder conservador afirmou que os conflitos na Síria possuem muitas semelhanças com a guerra civil da Líbia de 2011, que terminou com o assassinato do coronel Muamar Kadafi e a queda de seu regime por tropas rebeldes – ajudadas com intervenções aéreas comandadas pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Sarkozy, ao lado do premiê britânico David Cameron, foi um dos principais articuladores políticos da intervenção militar no país norte-africano.

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O ex-presidente teve uma conversa na última terça-feira 7 com Abdebasset Sieda, presidente do CNS (Conselho Nacional Sírio) e principal líder da oposição ao regime do presidente Bashar al Assad. "Eles (Sarkozy e Sieda) constataram uma completa convergência em suas análises sobre a gravidade da crise síria e sobre a necessidade de uma ação rápida da comunidade internacional par evitar massacres (...). Ambos concordaram que há [na Síria] grandes semelhanças com a crise líbia", afirmaram.

O ex-chefe de Estado deixou claro que uma intervenção militar no país árabe seria uma solução apropriada para colocar fim aos combates na Síria. O jornal Le Parisien noticiou, no fim de julho, críticas diretas de Sarkozy à diplomacia do governo francês. "Todos me criticaram por causa da Líbia, mas no fim do mês, eu resolvi agir. Devemos ser mais duros com o regime de Damasco, muito mais duros", teria dito ele ao periódico. No entanto, seus assessores negaram as declarações na ocasião.

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A declaração de Sarkozy segue as manifestações recentes de outros importantes líderes de seu partido, a UMP (União por um Movimento Popular), todos favoráveis a uma intervenção francesa.

O secretário-geral da UMP, Jean-François Copé, também chegou a apoiar uma postura mais intervencionista, de forma velada, e criticou "o silêncio ensurdecedor da França sobre a questão síria", lembrando o exemplo da Líbia.

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"Lembrem-se do que aconteceu assim que [a cidade líbia de] Benghazi foi bombardeada pelas tropas de Kadafi [após o cessar-fogo determinado pela ONU]. De como a França tomou a iniciativa ao lado dos britânicos no Conselho de Segurança da ONU. Que contraste com o silêncio 'ensurdecedor' da França diante essa tragédia", afirmou.

Philippe Juvin, secretário-nacional da UMP, disse nesta terça-feira 7, em um comunicado à imprensa, que a demora do atual governo sobre tomar uma decisão sobre a questão síria tornou-se "criminosa". "Por quê François Hollande, que acaba de assumir [como presidente da França] o comando [rotatório] do Conselho de Segurança da ONU tem feito menos do que Sarkozy? Por quê ele decidiu não intervir? Por medo? Por amadorismo? Por quê ele não consegue se decidir?Por quê ele não consegue discernir a questão moral?"

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O novo presidente, François Hollande, apesar de nunca ter descartado uma intervenção, nunca precisou qual seria sua natureza, sempre afirmou que ela teria de ocorrer sobre a autorização das Nações Unidas. O chanceler Laurent Fabius anunciou que viajará entre os dias 15 e17 de agosto para a Jordânia, Turquia e Líbano com o objetivo de "promover uma transição política crível e rápida na Síria".

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