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Suicídio, um problema nacional na França

O suicdio de um funcionrio da France Tlcom na tera-feira, 26, no um caso isolado. Por ano, mais de 11 mil franceses colocam fim vida

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Roberta Namour, correspondente do 247 de Paris – Os trabalhadores da France Télécom estão em choque 24 horas depois do suicídio de mais um dos funcionários na noite de ontem. O homem de 57 anos, ateou fogo a si mesmo no estacionamento da empresa, em Pichey de Mérignac, próximo de Bordeaux. Casado e pai de quatro filhos, ele não teria suportado as constantes mudanças de cargo que o obrigaram a vender sua casa. O drama coloca em cheque o plano implantado pelo governo para diminuir a pressão no ambiente trabalho dos franceses – e revela que o suicídio da terça-feira não se representa um caso isolado. Na França, anualmente são registrados de 11 mil a 12 mil suicídios – um dos maiores índices da Europa. O problema não é considerado uma questão nacional de saúde pública. Já as 8 mil mortes por ano em acidentes de carro encaixam-se nesse item.

Há um ano e meio, Didier Lombard, então CEO da France Télécom, foi convocado ao Elysée para prestar contas e propor soluções ao ministro do trabalho após o registro de 44 suicídios de seus funcionários desde 2009. Na ocasião, um plano de urgência foi apresentado pelo governo para acabar com a onda de mortes no País. As empresas de mais de mil empregados foram obrigadas a assinar um acordo de prevenção de riscos psicossociais. No total, 1,3 mil companhias se engajaram a implantar o sistema. Segundo o sindicalista Bernard Salengro, no entanto, o tema foi tratado com superficialidade no dia-a-dia. “Nenhum objetivo ou data concreta foi estabelecida”, afirma. O banco BNP Paribas contratou um observador de estresse. Mas de acordo com a Confederação geral do trabalho (CGT), depois disso, cinco pessoas tentaram se suicidar por um questão ligada a problemas do modo de administração. Um funcionário do banco Caisse D’Epargne se matou no mês passado após denunciar as duras condições de trabalho a que foi submetido. Os empregados do correio La Poste fizeram uma manifestação recentemente depois do registro de diversas mortes de seus colegas em função do estresse. Uma prova, segundo os sindicatos, de que os acordos assinados não surtiram nenhum efeito. « Dramas como esse sempre haverão, mas há uma clara diminuição de casos, em comparação com o ano passado”, afirma o ministro da Saúde, Xavier Bertrand. Apesar do envolvimento do governo nesta questão, a problemática está longe de ser resolvida.

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Em 2008, o psiquiatra Patrick Légeron foi engajado pelo governo para fazer uma enquête sobre o estresse no ambiente de trabalho. “Três anos depois, nenhuma análise foi feita sobre os casos de suicídio nas empresas”, afirma. Segundo ele, a França não tem ideia da magnitude do problema. Já na Inglaterra, ações de prevenções efetivas foram implantadas visando principalmente o impacto da crise financeira que atingiu o mundo nos últimos anos. “Na França, um país católico, o suicídio é considerado uma vergonha. Na Inglaterra, um país protestante, é menos traumático reconhecer o problema”, afirma Légeron.

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